“Dossiê 100 anos da UFRJ” é o título da edição especial da Revista Práticas em Gestão Pública Universitária (Revista PGPU), comemorativa do centenário da universidade. A publicação é composta de dez artigos científicos, relatos de experiências, vivências em gestão, entrevistas e resenha. Acesse pelo endereço: https://revistas.ufrj.br/index.php/pgpu.

A publicação é destinada a divulgação da produção técnico-científica de técnico-administrativos em educação (ativos e aposentados), gestores, pesquisadores, docentes, discentes e trabalhadores terceirizados de instituições públicas de ensino superior de todo o país, mas excepcionalmente, participaram deste número da revista somente integrantes da comunidade universitária da UFRJ.

“Essa edição marca os 100 anos da UFRJ, mas também representa a resistência ao momento político em que vivemos. Seu formato dossiê representa muito para todos os envolvidos com a revista por vários motivos”, explica Ivaneide Grizente, editora-chefe da publicação desde 2019. Ela faz parte do projeto desde o início e, por isso, fala com propriedade sobre a publicação: 

“Primeiro, porque estamos vivendo um momento totalmente diferente, em tudo. São muitos desafios a enfrentar sob todos os aspectos e são muitas crises ao mesmo tempo: política, sanitária e cada um com sua luta pessoal.

Segundo, porque a PGPU é uma revista de caráter científico, mas que se dissocia das demais. Afinal, a publicação é pioneira na área técnico-administrativa, feita por e para os técnicos administrativos. Sim, nós temos um espaço de produção científica para chamar de nosso.

Terceiro, porque a revista não possui uma equipe exclusiva: todos nós desenvolvemos nossas tarefas nas diferentes unidades da UFRJ e temos paralelamente as demandas da revista.”

Histórias

“Esse número foi o mais desafiante, pois tivemos um número recorde de trabalhos, e a emoção começou quando convidamos a comunidade universitária a se juntar a nós para comemorarmos os 100 anos da nossa instituição, submetendo trabalhos para uma edição especial e exclusiva com autores só da UFRJ. A resposta foi incrível”, disse Ivaneide.

Segundo a editora-chefe, para se ter uma ideia do volume de trabalhos enviados, nas edições anteriores na seção Entrevista têm apenas um entrevistado contra sete desta. “Fazer o processo de desk review (primeira triagem dos trabalhos antes de serem avaliados) foi uma emoção à parte. Quanta história, quanto conhecimento, quanta coisa maravilhosa tem para compartilhar os trabalhadores da UFRJ!”, afirmou.

Correria 

A editora-chefe conta que a equipe correu contra o tempo em plena pandemia: “Era para nos juntarmos e trabalhar muito, mas está tudo diferente, cada um no seu isolamento. E aí foram madrugadas, fins de semana, muitas trocas de e-mails, mas conseguimos”.

Ela ressalta a capacidade da equipe e envolvimento de todos com a tarefa: “Conseguimos porque temos profissionais que eu qualificaria como acima da média. E, além do profissionalismo, destaco o amor pela revista, que desde o seu projeto encanta a cada um de nós. E sabe o que é mais incrível? Somos todos técnico-administrativos da UFRJ”, observa orgulhosa. 

Ineditismo

A Revista PGPU é o primeiro periódico científico editado por uma Pró-Reitoria de Pessoal, no caso a da UFRJ. Ela foi pensada em 2015 e teve sua primeira edição em maio de 2016. A prioridade é a publicação de textos escritos por técnico-administrativos em educação ou que contenha técnicos entre seus autores. É um periódico eletrônico semestral e recebeu o Qualis B3 em sua primeira avaliação pelo Qualis/CAPES.

A edição especial da Revista PGPU comemorativa do centenário da UFRJ é a maior de todas as já publicadas. Ela pode ser acessada pelo endereço https://revistas.ufrj.br/index.php/pgpu.

Retrocesso

“Se por um lado a UFRJ avança na divulgação da produção técnico-administrativa, por outro dá um passo atrás no seu reconhecimento profissional”. A crítica é da coordenadora de Comunicação do Sintufrj, Marisa Araújo, que integra o Conselho Editorial da Revista PGPU.

Segundo a dirigente, houve retrocesso em decisão recente do Conselho de Ensino para Graduados (Cepg) que vedou a participação de técnico-administrativos na coordenação de pesquisas na área da Extensão.

 “Isso é ruim. Ainda mais após um Sintae com tanta mostra qualitativa de trabalhos técnico-administrativos. Muitos técnicos ao longo dos anos vêm se qualificando e os concursos injetaram na universidade profissionais já com especialização, mestrado e doutorado. Mas esse reconhecimento não está acontecendo, ao contrário, até pela decisão do Cepg”, declara Marisa.

“A produção da Revista PGPU na UFRJ é importante porque é o nosso lugar de fala. E rechaçamos o retrocesso do Cepg ao não reconhecer a qualificação técnico-administrativa para coordenar pesquisa na Extensão”, finalizou a dirigente.

 

 

 

O cirurgião bucomaxilofacial Carlos Henrique da Luz Barbosa, que integra o staff de colaborador do Serviço de Cirurgia Oral do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), criou uma ferramenta inédita para pesquisas clínicas: o Dispositivo de Contenção para Exames de Imagem para Animais de Pequeno Porte. 

O dispositivo é o único existente na área de imagem para este fim. Em 2014, a UFRJ registrou a descoberta no Inpi, mas somente obteve a patente em novembro deste ano. Mas outubro, a inovação rendeu ao pesquisador o prêmio IAAM Scientist Award (Associação Internacional de Materiais Avançados, da Suécia). 

Motivação 

Durante suas pesquisas de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Cirúrgicas do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFRJ, Carlos Henrique não conseguiu que um coelho ficasse deitado de costas ou sentado para uma tomografia computadorizada. 

Então, o cirurgião constatou a necessidade de criar um dispositivo para a contenção e imobilização de animais de pequeno porte para viabilizar exames de imagens com mais segurança. Foi assim que surgiu a caixa de acrílico transparente que permite uma contenção confortável do animal em diferentes posições.

O estudo foi publicado na revista Biomed Research International em maio de 2014.  E a inovação no âmbito das Ciências Cirúrgicas e Clínica, e também da Veterinária e da Cirurgia Experimental, rendeu ao cirurgião mais que a possibilidade de dar continuidade às suas pesquisas: ele obteve o reconhecimento da International Association of Advanced Materials (Associação Internacional de Materiais Avançados, organização que trabalha para incentivar a interação na pesquisa de materiais avançados), sendo contemplado com o prêmio IAAM Scientist Award e garantida a sua participação no Advanced Materials Lectures Series 2020. 

 “A inovação que eu desenvolvi foi levada a Association of Advanced Materials (junto com outros trabalhos do mundo todo) para a comissão analisar sua relevância. Eles me concederam o prêmio de cientista da Associação Internacional de Materiais Avançados da Suécia, após minha palestra”, contou o pesquisador. Ele foi o único brasileiro distinguido, nesta edição da premiação. 

“Fiquei muito feliz. Parece simples, mas não tinha algo assim (o dispositivo) no mundo Ficaram interessados (na palestra do evento internacional) em meio a trabalhos de milhões de dólares. O meu custa R$120 dólares”, comemorou Carlos Henrique. 

Atuação no HUCFF

O pesquisador faz parte do staff de colaboradores do HUCFF desde 2010, realizando  trabalho voluntário. Ele define o que faz Omo sendo uma oportunidade que Deus lhe deu para ajudar alunos e pacientes. “Estou onde gostaria de estar e ajudando as pessoas”, disse. Carlos Henrique também foi professor substituto de Cirurgia Oral e Maxilofacial da Faculdade de Odontologia da UFRJ em 2015 e 2016, mas sua ligação com a universidade  vem de bem antes. 

Depois de concluir a graduação na Faculdade de Odontologia de Valença, em 2007 ingressou em cursos de pós-graduação na Faculdade de Odontologia da UFRJ e, mais tarde, no mestrado em Ciências Cirúrgicas na Faculdade de Medicina. Ele pretende seguir com as pesquisas e o doutorado deverá se basear na reconfiguração do dispositivo para uso no âmbito da Neonatologia e Pediatria.

Jornal do Sintufrj 

O cirurgião destacou a importância da matéria produzida pelo Jornal do Sintufrj, em janeiro de 2016, para a divulgação da sua criação. “Coloquei no mural da faculdade e do Hospital Universitário para que as pessoas soubessem o que estava acontecendo”, contou. Aliás, uma preocupação do pesquisador é que os alunos conheçam os trabalhos inéditos realizados no âmbito da universidade para que se inspirem e saibam que é possível pôr em prática suas ideias. “Com muito estudo e esforço é possível acontecer. Aconteceu comigo e pode acontecer com outros”, afirmou. 

Segundo Carlos Henrique, a premiação ajuda bastante, mas o resultado do seu trabalho precisa de divulgação para atrair empresas dispostas a investir na fabricação do dispositivo em escala. Mais informações a respeito em https://inovacao.ufrj.br/.

 

Carlos Henrique da Luz Barbosa, cirurgião bucomaxilofacial, criador do Dispositivo de Contenção para Exames de Imagem para Animais de Pequeno Porte. 

Assim que o Senado rejeitou o golpe, CNTE, CUT e comunidade escolar começaram a pressionar deputados por texto sem repasse de recursos públicos para iniciativa privada. Participe da campanha. Acesse o NaPressão

Matéria retirada do site da CUT. 

 

Assim que o Senado rejeitou nesta terça-feira (15) o golpe que previa repasse de recursos públicos para escolas da iniciativa privada, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), CUT e toda a comunidade escolar começaram a pressionar os deputados, para onde a proposta voltou, pela aprovação do Projeto de Lei (PL) nº 4.372/20, que trata da regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) permanente, com recursos exclusivos para a rede pública.

A rejeição da proposta que havia sido alterada na Câmara foi considerada uma vitória pela comunidade escolarpela CNTE, CUT e por todas as entidades que defendem educação pública com recursos públicos e valorização da categoria.

Como o PL não foi aprovado como veio da Câmara, o texto volta para a apreciação dos deputados e entidades ligadas à educação reforçam: “pressão agora é nos deputados e deputadas, na Câmara”.

E o site Na Pressão já está pronto desde ontem a noite para você mandar um recado aos deputados por meio do WhatsApp, Facebook, Twitter ou e-mail.  É fácil e rápido. Acesse, participe, lute pela educação pública.

Tramitação

O relator do texto de regulamentação do Fundeb Permanente no Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF), informou que obteve o compromisso do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que a proposta volte a ser analisada já nesta quinta-feira (17).  A pauta já está na agenda da Câmara.

“Foram rejeitadas todas as emendas privatistas da Câmara, consideradas inconstitucionais por entidades responsáveis pela fiscalização do FUNDEB, especialmente pelo conjunto do Ministério Públicos Federal  (MPF), ministérios públicos Estaduais e Tribunais de Contas nacionais (MPF, MPE, TCU, TCEs e TCMs). Na prática, o Senado consertou o passa-moleque da Câmara dos Deputados”, disse a CNTE em nota.

Nesta terça, antes da votação, o Ministério Público Federal divulgou nota alertando os senadores que repassar recursos do Fundeb à rede privada era inconstitucional.

Pressão e mais pressão

Após muita pressão da CNTE, CUT e entidades e parlamentares ligados à educação e contrários as emendas do texto do relator deputado Felipe Rigoni (PSB), que foi aprovado na Câmara dos Deputados no último dia 10, os senadores e as senadoras retiraram os trechos que permitiam repasses de recursos públicos para escolas privadas, conhecidas como filantrópicas e religiosas, e para o sistema S. Se estes repasses fossem aprovados, a educação pública iria perder quase R$ 16 bilhões de reais.

A parte do texto da Câmara que também permitia usar os recursos do Fundeb para o pagamento de salários de trabalhadores de outras categorias também foi retirado. No texto aprovado no Senado, os 70% dos recursos do Fundeb ficaram exclusivamente para o pagamento e valorização dos profissionais da educação.

Em vídeo publicado no Instagram da CNTE, o presidente da entidade, Heleno Araújo, disse que mais uma grande mobilização garantiu mais uma vitória no Congresso Nacional, desta vez no Senado e agora precisa ser intensificada.

O presidente da entidade pediu aos trabalhadores e trabalhadoras da base para intensificar também a mobilização e pressão nas bases eleitorais dos parlamentares.

“Os trabalhadores e trabalhadoras da educação precisam pressionar os deputados pelas redes sociais, participando dos tuitaços, usando o NaPressão para mandar mensagens diretas para os indecisos e os parlamentares contrários ao projeto de Rigoni, que não é o ideal, mas é o que mais chega próximo do que defendemos”.

“Vamos pressionar os deputados e deputadas, nas ruas, nas redes e em seus estados. Garantir que os recursos do Fundeb sejam exclusivamente para a educação pública e valorização da categoria é nosso objetivo agora”, explicou Heleno.

O dirigente informou ao Portal CUT que a campanha para pressionar deputados e deputadas já está disponível no Napressão e Tuitaços com a hashtag #FundebÉPúblico continua todos os dias às 10h até a regulamentação da Emenda Constitucional 108 for aprovada na Câmara.

Nesta quarta-feira (16), a pesquisadora-sênior do Peterson Institute for International Economics e diretora do Programa de Estudos Latino Americanos da Johns Hopkins University, em Washington, D.C, Monica de Bolle reagiu ao tuitaço e interagiu com a mobilização da CNTE.

Como foram as mobilizações

Desde que foram aprovadas as emendas na Câmara, no dia 10, a CNTE tem puxado campanhas digitais para defender o Fundeb com recursos públicos para a educação pública e valorização dos profissionais.

A entidade convocou, junto com parceiras, tuitaços todos os dias e agitação nas redes sociais com a tag  #FundebÉPúblico, incluindo no final de semana, com disparo de mensagens para os senadores e senadoras por e-mail.

Reprodução

Só no site NaPressão, plataforma de mobilização digital, nesta terça, mais de 6 mil pessoas pressionaram os senadores e senadoras que estavam na dúvida ou contrários ao texto que é bom para a educação pública e a categoria. Os dirigentes da CNTE fizeram corpo a corpo com os senadores e diálogos com os parlamenteares e também fizeram trabalho nos estados.

Em nota, a CNTE disse que Câmara votará novamente a regulamentação do FUNDEB e que cabe aos parlamentes manter integralmente o substitutivo do Senado que:

  1. Não admite convênios com o Sistema S ou quaisquer outras entidades privadas, mesmo sem fins lucrativos, para a oferta da educação técnica e profissional;
  2. Veda o conveniamento de matrículas públicas nas etapas do ensino fundamental e médio, ainda que na proporção de 10% sugerida na emenda de plenário da Câmara;
  3. Não permite convênios privados para atividades no contraturno, uma vez que a educação integral é um dos objetivos a serem alcançados pelo novo FUNDEB permanente;
  4. Só admite remunerar com recursos do FUNDEB os/as profissionais da educação pública, previstos no art. 61 da Lei 9.394/96, e os/as psicólogos/as e assistentes sociais nos termos da Lei 13.935/19.

“A sociedade civil organizada, tal como se fez presente na votação do Senado, estará mobilizada e atuante durante todo o processo de negociação e deliberação na Câmara dos Deputados, e espera que a Casa reveja sua posição inicial votando em defesa das verbas públicas para as escolas públicas”, diz trecho final do documento publicado no site da CNTE.

 

 

O livro de Rafael dos Santos Pereira, de reflexões sobre a política nacional de avaliação e a gestão universitária, será lançado virtualmente amanhã, quinta-feira, 17, às 19h30, com transmissão ao vivo no Facebook da Enunciado Publicações e no YouTube do Sintufrj.

Além do autor, também estarão debatendo o livro a companheira da UFRJ, Ana Maria Ribeiro, e do companheiro da FURG, Celso de Sá Carvalho. NÃO PERCA!

O questionário “Perfil Étnico-Racial dos TAEs” ( https://formularios.tic.ufrj.br/index.php/877887 ), realizado pela PR-4, NEPH-DH e Ouvidoria da UFRJ, e distribuído pela PR-4, é uma iniciativa importante para fazer um retrato preciso da nossa categoria, balizando a formulação de políticas específicas e campanhas de reparação e combate à discriminação.

Nos chamou a atenção, no entanto, nas perguntas 25 e 26, a inexplicável presença do termo “opção sexual” como uma das alternativas de resposta.

“Opção sexual” não existe. Ninguém opta ou escolhe conscientemente a sua orientação sexual. Não se trata de uma “preferência”, e sim da inclinação involuntária de cada pessoa em sentir atração sexual, afetiva e emocional por indivíduos de gênero diferente, de mais de um gênero ou do mesmo gênero.

Solicitamos que a PR-4 corrija imediatamente o formulário em questão, substituindo “opção sexual” por “orientação sexual”. Não se trata de mera discussão semântica, mas de respeito e promoção da cidadania LGBTQI+.

Direção do Sintufrj
Gestão Ressignificar

 

Após a publicação desta nota, a coordenação da pesquisa respondeu, também por meio de nota à comunidade acadêmica, esclarecendo a situação e lamentando o ocorrido. LEIA AQUI.