Trabalhadores relatam tensão com a pandemia: “não sabemos o que vem por aí”

Chegou 2021, mas os desafios do ano passado continuam. Com o agravamento da pandemia, os indicadores de contágio aumentaram, assim como as filas de espera por leitos. As aglomerações do fim de ano podem elevar drasticamente uma situação que já é grave; e a ausência de um plano nacional de vacinação, resultado da omissão do governo Bolsonaro, aumenta a tensão. Além disso, a necessidade de atendimento eficaz continua esbarrando em problemas como a falta de pessoal e mais um corte criminoso no orçamento da Saúde.

Segundo a assessoria de imprensa do HU, o hospital tem 283 leitos ativos. Destes, 15 de CTI e 12 de enfermaria habilitados para Covid-19. Com recursos humanos adequados, diz a assessoria, o HUCFF tem capacidade para chegar até 350 leitos (74 dos quais para atendimento Covid-19).

Mas nos últimos meses do ano, com o fim dos contratos temporários destinados a atender a demanda durante o pico da pandemia, o hospital teve uma redução do número de leitos por falta de profissionais. Soma-se a isso o afastamento de servidores por comorbidades, idade acima de 60 anos, entre outras circunstâncias motivadas pela pandemia, além das aposentadorias, e a ausência de concursos públicos para repor o déficit de servidores.

Ainda segundo a assessoria, o suporte da Fundação de apoio à Fiocruz (Fiotec), com verba do Ministério da Saúde, está possibilitando a contratação de profissionais de saúde por seis meses. Até o momento a unidade recebeu 245 trabalhadores. Assim, o cronograma de abertura progressiva de leitos de CTI e enfermaria Covid foi iniciado esta semana com o acolhimento destes profissionais. Está prevista a chegada de um total de 495 trabalhadores temporários da Fiotec, que devem ser treinados para, então, iniciar seus plantões.

Pessoal para a segunda onda

O coordenador de o Complexo Hospitalar da UFRJ, Leôncio Feitosa, explica que a UFRJ, através do HU, realizou várias reuniões com o Ministério da Saúde, representantes do estado e do município e conseguiu pessoal para reabrir em torno de 120 leitos. “Para a pandemia, de forma provisória, conseguimos este acerto com a Prefeitura, estado e o Ministério, para abrir leitos para enfrentarmos a segunda onda que já está entre nós. O que foi negociado foram 100 leitos. Mas, se mandarem mais gente, pode-se abrir mais”, disse ele.

A contratação emergencial é trimestral e pode ser renovada por mais três meses. “Isso porque ninguém sabe o tamanho e a duração desta onda, como não se sabe quando será o início da vacinação. Acredito que para julho já tenhamos um número significativo de pessoas vacinadas”, estima.

A dificuldade de pessoal foi agravada pelos afastamentos, adoecimentos e pelo trabalho remoto em decorrência da pandemia: “Já havia quantidade insuficiente. Com a pandemia foi um golpe nas unidades hospitalares. Estamos com este problema grave de pessoal e de financiamento”, alerta, chamando atenção para a redução no orçamento da UFRJ para 2021 em torno de 17%, por exemplo, na dotação orçamentária discricionária que também vai impactar os hospitais da UFRJ. “Estamos com orçamento para este ano semelhante ao de 2011, o que mostra as dificuldades que teremos no geral e nas unidades de saúde também”, observa o coordenador.

O diretor do HU, Marcos Freire, conta que o hospital está abastecido e melhoras em todas as áreas, desde infraestrutura até equipamentos de última geração, o que ele atribui, em grande parte, à integração entre o HU, o Complexo Hospitalar, e as esferas federal, estadual e municipal. Ele atribuiu as conquistas aos colaboradores (servidores ou prestadores de serviço). 

Na linha de frente nos hospitais, trabalhadores relatam tensão e cansaço

“Não posso deixar de dizer o quanto nós, que nem descansamos da primeira onda, estamos assustados. O quanto estamos cansados e preocupados com esta segunda onda que a gente tem que encarar e que a gente não sabe as proporções, com a força que a gente tem”, declara o técnico em enfermagem Marcos Padilha, profissional do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) há mais de três anos.

Marcos Padilha, técnico de enfermagem do HUCFF

Os pacientes, conta ele, nunca deixaram de chegar, embora o hospital não esteja, a seu ver, sofrendo, superlotação, até pelo reforço de pessoal que está recebendo através de contratos emergenciais. Mas o sentimento que percebe é de incerteza. “Agora, saiu a confirmação que no Brasil está circulando uma nova cepa do vírus. A gente não sabe se é mais contagiosa, se pode trazer maior agravamento da saúde”, comenta ele.  

Segundo Padilha, o hospital está se preparando para atender o aumento de casos: “Nossa preocupação e nosso olhos estão voltados para as consequências que as festas de fim de ano podem causar. Todo mundo está preocupado com isso”. 

Ele aponta alguns aspectos que agravam a situação, como a falta de previsão da chegada da vacina ou de medicamento eficaz, o fato do governo ter negligenciado o combate à pandemia e a falta de consciência da população com as aglomerações. 

Padilha lamenta a perda de colegas e mostra-se preocupado com o repique da pandemia e temeroso de ser a próxima vítima. “Que tenhamos força para encarar, porque não somos máquinas. Somos seres humanos”.

Laura Santos, técnica em enfermagem, há 34 anos no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), relata a rotina desgastante: “Tivemos bastante movimento de crianças com sintomas. Desde que a firma (que fez a contratação emergencial de pessoal) saiu, estamos trabalhando dobrado”, diz ela, explicando que há muitos funcionários afastados.  “O atendimento na emergência não para. Precisamos de pessoal para ontem”. Além disso, nos últimos meses “a gente tem trabalhado com medo. Não sabemos o que vai acontecer daqui para frente”, contou.

Laura Santos, técnica de enfermagem do IPPMG

Elaine Cristina Salda Rocha, técnica de enfermagem, há três anos na Maternidade Escola, conta que de um mês para cá percebeu um pequeno decréscimo nos casos suspeitos que chegam à unidade. Elaine conta, no entanto, que de outubro a novembro ocorreu um grande “boom”, justo quando acontecia a saída dos contratados para enfrentar a pandemia. “Foi um pouco complicado driblar isso com falta de pessoal. No momento, estamos estabilizados. Mas aqui o cenário muda de uma semana para outra. Já chegou a São Paulo, a (nova) cepa do vírus descoberta, e está preocupando. Até porque a gente é referência em Medicina Fetal e recebemos pacientes do Brasil inteiro. Para a gente é extremamente tenso”, diz Elaine.

Elaine Rocha, técnica de enfermagem da Maternidade Escola

A unidade, conta ela, está na expectativa da chegada de pessoal da nova leva de contratações emergenciais: “Nossa direção batalhou bastante e realmente trem previsão de chegar profissionais, sim”, comenta.

 

 

 

 

Lucas, Alexandre e Fernando estão sumidos há mais de uma semana

Matéria retirada do site da Carta Capital

O caso das três crianças que desapareceram no dia 27 de dezembro em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, continua sem solução.

Em entrevista à Record TV nesta terça-feira 5, a avó de dois deles, que eram primos, afirma que as famílias já procuraram “em todos os lugares” – caindo até em dicas falsas dadas pelos telefones de contato.

“Não sei mais onde procurar. Para mim, eu nem cheguei em 2021, estou em 2020 ainda. Se eu não tive neto, não há ano novo, então como é que eu vou falar em ‘virada de ano’?”, declarou.

De acordo com as informações repassadas à polícia, os primos Lucas Matheus (8 anos) e Alexandre da Silva (10 anos) estavam brincando em um campo de futebol com o amigo Fernando Henrique (11 anos), no dia 27, por volta das 10h30.

A polícia analisa imagens de segurança do local, mas não informou saber de qualquer pista sobre como as crianças sumiram. Quem cuida do caso é o Setor de Descobertas de Paradeiro da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.

No último domingo, os familiares organizaram um protesto para pressionar as investigações sobre o paradeiro dos garotos. De acordo com eles, não houve qualquer atualização relevante por parte da polícia.

Quem tiver quaisquer informações sobre deve entrar em contato com a Fundação da Infância e Adolescência pelos telefones (21) 2286-8337 ou (21) 98596-5296.

 

 

No primeiro encontro de líderes no ano, centrais definiram cinco prioridades para entregar ao Congresso e ao STF

Matéria retirada do site Brasil de Fato. 

Centrais sindicais definiram nesta terça-feira (5), na primeira reunião do ano, uma lista de prioridades políticas para 2021.

Os principais pontos são a manutenção do auxílio emergencial de R$ 600 e a defesa de um programa de vacinação universal, gratuito e sob a coordenação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Leia maisCentrais sindicais lançam campanha pela manutenção do auxílio de R$ 600

A ideia é apresentar as propostas a todos os candidatos à presidência da Câmara e do Senado e também ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. A lista também será debatida com o fórum de prefeitos e com governadores.

“Com Bolsonaro e Guedes não há diálogo, nunca aceitaram receber a pauta dos trabalhadores, pois o compromisso deles nunca foi com quem trabalha e produz. As Centrais Sindicais continuarão dialogando com todos pelo avanço dessas pautas no STF, no Congresso Nacional, com os prefeitos e governadores”, afirma Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).

Veja a lista das prioridades das centrais sindicais:

1. Defesa da extensão do pagamento do auxílio emergencial de 600 reais e do Programa de Proteção ao Emprego até o fim da pandemia.

2. Defesa do emprego (medidas de geração de emprego, retomada de obras públicas, frentes de trabalho, apoio às micro e pequenas empresas).

3. Defesa de um programa de Vacinação – universal, gratuita e sob coordenação do SUS

4. Avanço da PEC da Reforma Sindical, que trata do fortalecimento e financiamento da estrutura sindical

 

 

 

Com mais de mil mortes por dia em decorrência da Covid-19, Bolsonaro ignora pandemia e volta a fazer aglomeração na Praia Grande, litoral de São Paulo. Já 50 países do mundo aceleram a vacinação da população

Matéria retirada do site da CUT.

Na contramão de vários países do mundo que já começaram a vacinação contra a Covid-19, o Brasil segue sem plano para a imunização da população. Enquanto isso, o país supera a marca triste de 196.591 vidas perdidas desde o início da pandemia, chegando quase a 200 mil mortes. O total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus já chega 7.754.560, segundo o balanço do consórcio de imprensa.

Cerca de cinquenta países já iniciaram sua campanha de vacinação contra a doença, um ano após o primeiro alerta lançado pelas autoridades chinesas à Organização Mundial de Saúde (OMS). O Brasil segue ainda sem data para o começo da imunização.

A China foi o primeiro país a iniciar uma campanha de vacinação reservada aos mais vulneráveis (trabalhadores e estudantes que viajam ao exterior, cuidadores, entre outros).

A Rússia começou em 5 de dezembro a imunizar trabalhadores em risco com a Sputnik V. Argentina começou sua campanha de vacinação na semana passada.

O Reino Unido foi o primeiro país ocidental a autorizar a vacina desenvolvida pela aliança alemã-americana Pfizer-BioNTech. Sua campanha começou em 8 de dezembro e mais de 950 mil pessoas já receberam a primeira das duas doses da vacina até 27 de dezembro, segundo números oficiais .

Já o Canadá e os Estados Unidos iniciaram suas campanhas em 14 de dezembro, a Suíça no dia 23, a Sérvia no dia 24, quase toda a União Europeia e Noruega no domingo  e a Islândia na terça, todas com a vacina Pfizer-BioNTech.

Na União Europeia (UE) , a Alemanha é o país que mais vacinou até agora, com mais de 130 mil doses em cinco dias.

No Oriente Médio, os Emirados Árabes Unidos foram os primeiros a lançar sua campanha com as doses da chinesa Sinopharm em 14 de dezembro em Abu Dhabi, a capital.

Arábia Saudita e Bahrein iniciaram sua campanha em 17 de dezembro, Israel em 19 de dezembro, Catar em 23 de dezembro, Kuwait em 24 de dezembro.

Israel, que se comprometeu a imunizar um quarto de sua população em um mês, já aplicou mais de 800 mil doses, Bahrein mais de 60 mil e Omã mais de 3 mil, segundo dados oficiais.

Na América Latina, México, Chile e Costa Rica iniciaram sua campanha em 24 de dezembro, com as vacinas Pfizer-BioNTech.

A pandemia no Brasil

Diante do aumento da pandemia pelo país, o que viu nas praias e várias capitais do país foram cenas estarrecedoras de aglomerações, festas clandestinas e pessoas sem mascaras e distanciamento social nas festas de fim de ano. De acordo com especialistas, que temem colapso no sistema de saúde, o resultado das aglomerações será o aumento de pessoas infectadas nos próximos dias.

Distante da realidade e negando todas as evidências da ciência, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) segue desrespeitando as medidas de segurança contra a Covid-19.

Com a pandemia matando mais de mil pessoas por dia, Bolsonaro, sem máscara, nesta segunda-feira (4) voltou a ignorar as recomendações sanitárias em meio à pandemia de Covid-19 e teve contato com banhistas aglomerados na Praia Grande, litoral de São Paulo. Boa parte dos quais também estavam sem a proteção pessoal recomendados contra a doença.

No Brasil foram registradas 562 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 707. A variação foi de -9% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de estabilidade nos óbitos pela doença.

Em casos confirmados, foram 22.489 no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 35.381 novos diagnósticos por dia.

Covid-19 nos estados

Sete estados estão com tendência de alta: Acre, Amazonas , Pará, Roraima, Tocantins , Rio Grande do Norte e Sergipe

Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente (15 estados e o DF): Rio Grande  do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amapá, Rondônia, Alagoas, Bahia, Maranhão , Paraíba, Piauí e o Distrito Federal.

Quatro estados estão em queda da doença: Paraná, Goiás, Ceará e Pernambuco.

No estado de São Paulo, o número de pessoas internadas em leitos de UTI com suspeita ou confirmação de Covid-19 chegou a 5.126, conforme dados extraídos pela Secretaria Estadual da Saúde às 12h desta segunda-feira (4). O total de pacientes com sintomas de coronavírus nas UTIs do estado é o maior desde o dia 22 de agosto de 2020, quando haviam 5.134 pacientes nesta situação.

 

 

 

Com a mudança da empresa que presta serviços de transporte interno no Campus do Fundão, os veículos terão novas cores a partir de 6 de janeiro. Na foto abaixo, os novos ônibus que circularão na UFRJ. Os horários e itinerários permanecem os mesmos.