Fora Bolsonaro!

O Rio foi um dos cenários mais movimentados do dia de protestos contra o presidente genocida no sábado, 23, que mobilizou em carreatas manifestantes em mais de 90 cidades, incluindo 24 capitais e Distrito Federal. Os atos foram convocados pela Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo e CUT, após o agravamento da crise sanitária e a falta de matérias-primas para a produção de vacinas pelo Instituto Butantan e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O Sintufrj selecionou algumas imagens da indignação das ruas na nossa cidade:

A UFRJ vai integrar os esforços de imunização da Secretaria Municipal de Saúde, cedendo espaço, estudantes voluntários e material para a instalação de um posto “drive thru” (onde as pessoas são vacinadas em seus carros), no Fundão no Polo de Biotecnologia (antiga BioRio, ao lado do CCS). Pode ser também que se instale outro na Praia Vermelha, próximo ao Instituto de Neurologia.

A perspectiva do Prefeito da Cidade Universitária, Marcos Maldonado, encarregado de toda logística, é que o começo do funcionamento do posto do Fundão seja já neste sábado, dia 30, a partida das 9h. Mas tudo vai depender da reunião da UFRJ com autoridades municipais de saúde, para acertos finais, na quarta-feira, dia 28.

Segundo ele, a ideia é que os carros entrem no estacionamento do Parque, sigam pelo lado direito, parem no posto, e saiam pela esquerda. “Já posicionamos o pessoal de trânsito para monitorar o interior do campus. O monitoramento de câmeras também estará atento ao local, além de todo campus, claro. Vamos colocar motos no patrulhamento dentro do estacionamento parta que não tenhamos qualquer surpresa”, planeja o prefeito. 

Quem e até quando

O posto deverá funcionar até o final da campanha ou até quando as doses chegarem. Como será em apoio à campanha municipal de imunização será voltada ao público da Área Programáticas (AP 3.1) em torno da Cidade Universitária, de acordo com o cronograma de prioridades estabelecido pela Prefeitura.

A UFRJ vai ceder ainda uma geladeira e o espaço do antigo restaurante (para as equipes utilizarem). “A gente está trabalhando muito de perto, acompanhando todas as ações para começar no sábado, às 9h da manhã”, disse ele, a depender de tudo ficar definido mesmo na próxima reunião.

Também em estudo a abertura de um segundo posto drive thru, desta vez na Praia Vermelha (para o público do CAP 2.1). Neste caso, a entrada seria pela Rua Lauro Müller, o posto estaria em frente ao Instituo de Neurologia e a saída pela Venceslau Brás. Se dependesse do animo do prefeito, este também abriria no próximo sábado. Mas, neste caso, também vai depender da próxima reunião porque não está nem formalizado o pedido da Prefeitura do Rio.

“Mas já está tudo acertado, já estou mandando a geladeira, es está tudo montado no esquema de vigilância, transporte, tudo de acordo”, anima-se ele. 

Voluntários sob coordenação da UFRJ

Maldonado explica que os voluntários que a UFRJ estará cedendo são estudantes de um projeto coordenado pela diretora da Escola de Enfermagem Anna Nery e pelo coordenador do Complexo Hospitalar Leôncio Feitosa. 

Carla Luzia França Araújo coordena, em parceria com o Complexo Hospitalar, o Programa de Voluntariado da UFRJ projeta de Extensão que conta com 2392 voluntários de diversos cursos da universidade, inclusive Ciências Contábeis, Engenharia, Economia mia e História, 

“Temos muitas frentes. Hoje, por exemplo, um pequeno grupo de 10 pessoas ajudou no Hospital Universitário. Foram aplicadas 600 doses nos profissionais do Hospital”, conta ela. 

O grupo já está se organizando para criar um ponto de vacinação na entrada do bloco K, do Centro de Ciências da Saúde, em conjunto com a PR-4 e o Centro de Vacinação de Adultos, para docentes e discentes que atuam em campo prático, expostos à Covid-19.

“A parir da reunião na quarta-feira, vamos ter certeza se teremos ou não o drive thru começando no sábado. E também não está definido o número de doses”, diz ela, explicando que já há, entre os voluntários, cerca de 300 pessoas disponíveis para atuarem divididas em esquipes, neste posto. 

A ideia é que haja, a cada escala de voluntários, quatro vacinadores, dois escribas (que anotam as informações) e dois na organização da fila. 

“Este (início) agora é uma prévia. Um fluxo menor. Mas o drive thru será muito importante no momento que tiver que vacinar a população em geral. Porque será uma forma de não sobrecarregar as unidades de saúde”, diz ela, explicando que o Programa vai participar também de um mesmo modelo de atendimento que será instalado no Sambódromo (também ainda em planejamento). 

 

 

 

A vacinação no Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), da Universidade Federal Fluminense, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, começou na quarta-feira, 20 de janeiro, e se estendeu até esta segunda-feira 25. Foram imunizados apenas os profissionais que fazem atendimento direto ao coronavírus, isto é, os da linha de frente, sendo seguidos pelos de retaguarda. 

Segundo a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal Fluminense (Sintuff), Bernarda Gomes, o Huap recebeu número insuficiente de vacinas, 600 doses. “Isso dará para uma minoria de trabalhadores da saúde do Huap”, atesta.  

Como se sabe, o procedimento criminoso do governo Bolsonaro em relação à pandemia tem como uma das consequências esse plano de vacinação desorganizado, sem calendário definido e com quantidade de doses insuficiente para atender até os grupos considerados prioritários.

Na UFF, a aplicação da Coronavac em duas etapas está obedecendo ao seguinte calendário: A primeira dose foi aplicada até esta segunda-feira, 25 de janeiro. Para o próximo mês está programada a segunda dose. Ainda não há data definida para as fases seguintes, pois o cronograma depende de liberação de mais doses da vacina pelo governo federal.

A UFF pretende incluir ainda sua comunidade acadêmica no programa de vacinação, por meio de cooperação com a prefeitura de Niterói. O objetivo é no final de fevereiro iniciar a vacinação em servidores docentes e técnico-administrativos. A reitoria espera ampliar a vacinação para depois de abril a toda comunidade acadêmica.

A UFF colocou também à disposição da prefeitura toda a infraestrutura (freezers, espaços adequados, etc.) e equipes de profissionais de saúde para contribuir para a realização da vacinação da população de Niterói.

Gaffréé Guinle

No Hospital Universitário Gaffrée Guinle (HUGG), pertencente à Unirio, que também recebeu apenas 600 doses, o critério de prioridade é o mesmo: quem está trabalhando com o atendimento direto a pacientes com Covid-19. Isso corresponde a 20% da força de trabalho do hospital. 

A imunização ocorrerá em duas semanas, segundo a programação realizada pelo HUGG. A direção do hospital, seguindo a orientação do Plano Nacional de Imunização e da Secretaria Municipal de Saúde, utilizará todas as doses agora, e aguardará o recebimento da 2ª dose. 

De início, serão vacinados os servidores e colaboradores da equipe multidisciplinar que estão, no momento, na linha de frente em atendimento aos pacientes acometidos pela Covid-19 (Setor de Triagem, Radiologia, CTI e Enfermaria Covid-19, 8ª Enfermaria e Maternidade). 

Fachada do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG).

 

Um inquérito epidemiológico para estimar os casos de Covid-19 na UFRJ está sendo realizado. Ele envolve professores, técnicos-administrativos, alunos de graduação e de pós-graduação (residência, inclusive), trabalhadores terceirizados e permissionários.

A iniciativa é da reitoria, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc) e Faculdade de Medicina. A ideia é reunir informações para subsidiar o monitoramento dos impactos da pandemia e o planejamento das atividades acadêmicas e administrativas. A expectativa da coordenação da Epicovid UFRJ é apresentar o relatório final em cerca de 15 dias a um mês após o término da coleta, que se encerra em 6 de março.

“A realização do estudo Epicovid UFRJ foi motivada pela necessidade de respostas a perguntas a respeito da ocorrência de Covid-19 na comunidade da UFRJ, desde o início da pandemia em 2020”, explica o coordenador do estudo, Antônio José Leal Costa, médico sanitarista, epidemiologista, professor de epidemiologia do Iesc e atual diretor do instituto.

“Num cenário de tanta incerteza somente dispondo de informações válidas poderemos superar os desafios impostos pela pandemia de Covid-19. O Epicovid UFRJ é uma das estratégias direcionadas à produção dessas informações”, afirma.

Perguntas 

“Quantos servidores docentes e técnicos administrativos, alunos, trabalhadores terceirizados e permissionários que compõem a comunidade da UFRJ adoeceram com Covid-19 desde o início da pandemia em março de 2020? Entre os que adoeceram, quantos apresentaram sintomas? Quantos foram internados? Como se deu o acesso aos testes para confirmação diagnóstica? A ocorrência da Covid-19 se deu de forma homogênea em todos os campi e decanias? Como os casos se distribuíram ao longo do tempo e segundo o sexo e a idade dos membros da nossa comunidade? Qual é a prevalência de condições crônicas de risco para formas graves de Covid-19, como hipertensão arterial e diabetes?”.

São estas perguntas e outras mais as quais se pretende responder no estudo Epicovid UFRJ, informa Antônio José, que coordena também o projeto “Diagnóstico e tomada de decisões em Saúde Pública, Meio Ambiente e Economia, através de modelagem e aplicação de algoritmos utilizando Lógica Fuzzy, em apoio ao enfrentamento da epidemia de Covid-19”.

É um estudo corajoso e robusto, haja vista que a comunidade universitária da UFRJ é similar à população de um município de médio porte, contabilizada em cerca de 80 mil pessoas, número maior que a população das cidades de Paraty e Arraial do Cabo juntas.

“O estudo Epicovid UFRJ é uma das iniciativas em curso para o provimento de informações que possibilitem a comunidade da UFRJ compreender como a pandemia de Covid-19 vem nos afetando. Somamos cerca de 80 mil pessoas que compartilham diariamente espaços comuns em diferentes campi e unidades, experiências essas que influenciam nosso estado de saúde”, declara Antônio José. 

O coordenador do Epicovid UFRJ ressalta a importância desse estudo na comunidade: 

“Esse estudo é também uma importante contribuição para a organização da vigilância em saúde na UFRJ, dirigida a toda comunidade acadêmica. As informações coletadas nos permitirão gerar indicadores para o monitoramento da pandemia, sua evolução ao longo do tempo, sua distribuição entre os diferentes segmentos, campi e unidades, assim como dimensionar as prevalências e condições crônicas de risco para as formas mais graves de Covid-19. Esses indicadores auxiliarão também no planejamento das decisões a respeito das atividades acadêmicas e administrativas”.

Participação voluntária

A participação é voluntária e o estudo pode ser acessado na página https://formularios.tic.ufrj.br/index.php/796291. Será solicitado um e-mail de contato e, em seguida, a Universidade enviará o link do inquérito epidemiológico para a caixa de entrada do participante. 

Não é necessário ter sido acometido pela doença para participar. As respostas são individuais e não identificadas a fim de preservar o sigilo das informações fornecidas. Os resultados gerados a partir dos dados agregados, sem qualquer referência individual, serão encaminhados à Reitoria da UFRJ para divulgação à comunidade universitária.

A equipe coordenadora do estudo Epicovid UFRJ é composta por servidores docentes e técnicos administrativos e alunos vinculados ao Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) do Iesc. Participam também, sob supervisão, alunos do curso de Graduação em Saúde Coletiva, coordenado pelo Iesc.