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Para Fábio Faria, PT travou projeto de venda da estatal. Para o senador Jean Paul, luta contra aprovação do PL, que é ruim para o povo e para o Brasil, é um legado do partido

Publicado: 13 Janeiro, 2022.Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Imagem: REPRODUÇÃO

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, responsabilizou o “ano eleitoral” e o PT por travar o projeto de privatização dos Correios no Senado. Sem querer, o ministro de Jair Bolsonaro (PL) reconheceu a importância da luta da Federação Nacional dos Trabalhadores de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect-CUT), da CUT e demais centrais e dos trabalhadores dos Correios contra a privatização da estatal, que é ruim para  povo e para o Brasil.

Segundo o ministro, embora o projeto de privatização tenha sido aprovado com folga na Câmara Federal, a influência do PT sobre a maioria dos senadores aliado às eleições de 2022 devem manter a proposta de venda da estatal na gaveta.

“Realmente, um ano eleitoral é difícil para aprovar a privatização. Estamos tentando convencer os senadores a entrar em um acordo para que possam votar. Não tenho como garantir. O PT é contra e muitos senadores apoiam o PT e são candidatos e não sei se aprovariam este projeto este ano”, disse o ministro em entrevista à rádio Difusora de Mossoró na terça-feira (11).

Na linha de frente da bancada que impediu a votação do projeto esteve o senador do PT pelo Rio Grande do Norte (RN) Jean Paul Prates, que classifica essa iniciativa como “um legado” dos petistas no Senado Federal.

“Foi luta, mas conseguimos impedir que os Correios fossem privatizados em 2021. O projeto foi retirado de pauta e deve seguir na gaveta em 2022. Foi mais um ataque do Governo Federal que a bancada do PT barrou!”, escreveu nas redes sociais o parlamentar ao lado de um banner com a foto dos sete senadores do PT e os dizeres “Legado: PT impediu a privatização dos Correios”.

Imagem: PT NO SENADO

A justificativa para a venda dos Correios é baseada num factoide sobre um suposto prejuízo gerado pela empresa divulgado por Fábio Faria e demais apoiadores do projeto de privatização, segundo a Agência Saiba Mais.

Nos últimos 20 anos, os Correios repassaram 73% dos resultados positivos acumulados ao governo federal, acionista único. Em 2020, a estatal apresentou lucro líquido de R$ 1,53 bilhão – maior resultado nos últimos 10 anos.

Eleições

É possível que Fábio Faria e Jean Paul “duelem” nas urnas em outubro de 2022 pela única vaga em disputa para o Senado nas eleições deste ano. Antes, porém, os dois precisam viabilizar suas respectivas candidaturas internamente.

Faria trava uma disputa com o colega Rogério Marinho para ser “o candidato de Bolsonaro” ao Senado no Rio Grande do Norte. Até o momento, no entanto, o ministro do Desenvolvimento Regional tem deixado claro que não pretende abrir mão de ser “o escolhido” pelo presidente da República que segundo as mais recentes pesquisas de opinião já acumula mais de 60% de rejeição no Estado potiguar.

Por outro lado, o petista Jean Paul Prates trava uma luta interna para que o PT não rife sua vaga numa eventual composição com outros partidos em nome do projeto maior, que é o da reeleição da governadora Fátima Bezerra. Há conversas locais sendo realizadas com o MDB e uma tentativa de reaproximação do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves.

À imprensa, em várias oportunidades, Prates já deixou claro que pretende concorrer à reeleição e que vai lutar por isso.

 

 

 

Especialista afirma que medida do governo só é segura com testes em massa; país tem risco de desabastecimento de exames

Nara Lacerda/Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 13 de Janeiro de 2022 

Aglomeração até para fazer teste: governo decidiu diminuir a quarentena para pessoas infectadas em meio a crescimento expressivo de casos – ©Mauro Pimentel /AFP

A redução da quarentena para contaminados e contaminadas pela covid-19 vai potencializar o crescimento de casos da doença e a pressão sobre o sistema de saúde.

Ouvido pelo Brasil de Fato, o médico infectologista Bernardino Albuquerque, da Universidade Federal do Amazonas considera a mudança “brusca” e com potencial para piorar um cenário que já é preocupante.

Nas últimas três semanas, a média móvel de infecções aumentou quase 17 vezes e a taxa de transmissão chegou ao maior patamar desde março do ano passado, quando o Brasil vivia o pior momento da pandemia. 

Em 22 de dezembro, o cálculo da mediana (feito a partir dos dados dos últimos sete dias) chegou a um resultado de 3,1 mil novas contaminações a cada 24 horas.

Atualmente, essa conta ultrapassa 52 mil confirmações por dia. A diferença entre os números absolutos de cada data é ainda mais alarmante: uma escalada de 3,4 mil para mais de 87 mil casos nessa quarta-feira (12).

Albuquerque afirma que a diminuição da quarentena só é segura se houver testes em larga escala.

 “As recomendações do Ministério da Saúde são preocupantes porque trabalham com o critério de sinais e sintomas, que devem ser avaliados por profissionais médicos. Da forma como vem acontecendo a evolução de casos no país, nós estamos com grandes lotações e isso dificulta essa avaliação.”

Segundo atualização do guia de vigilância epidemiológica para a covid-19 do Ministério da Saúde, o isolamento recomendado a infectados e infectadas caiu de dez para sete dias, se não houver mais sintomas.

“Quem vai avaliar esse parâmetro clínico? Vai ser o próprio indivíduo? Isso é um risco muito grande que nós estamos correndo”, alerta o professor Albuquerque.

A diretriz é ainda mais branda para quem deixa de apresentar sinais respiratórios no quinto dia da doença, se não houver febre em 24 horas, a quarentena pode acabar. A recomendação é de que seja feito um teste, que se der negativo endossa a liberação do isolamento.

Como parâmetro para atualizar a recomendação, o Ministério da Saúde usou as medidas que vigoram no Reino Unido e nos Estados Unidos, dois dos países que mais testam no mundo.

Gripe e ômicron: menos letais mas muito transmissíveis, surtos aumentam a ocupação hospitalar

O Brasil sempre esteve no lado oposto deste cenário, faz menos exames do que o necessário e, agora, está em risco de desabastecimento.

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) divulgou uma nota técnica recomendando prioridade na testagem para pacientes em estado grave, pessoas que serão internadas ou passarão por cirurgias, quem é do grupo de risco, grávidas, profissionais da saúde e de serviços essenciais. 

De acordo com o texto, haverá falta de exames se os estoques não forem recuperados logo. “Quando avaliamos as notícias que vêm de outros países, de que eles já estão sem insumos, é certo que o problema chegará ao Brasil.”

Para Albertino Albuquerque o atendimento a pacientes será afetado. “O que nos espera não é uma situação de tranquilidade. Apesar de a vacina nos dar o respaldo de não agravar, de não determinar óbitos, isso também tem limites. A medida que a pressão de casos começa a interferir no sistema de atendimento, nós vamos deixar passar casos com condições de risco, comorbidades, idosos”. 

O professor avalia que o Brasil teve uma janela de oportunidade para estabelecer medidas quando os números no Brasil ainda estavam baixos, mas a pandemia já provocava uma nova onda em outras regiões do mundo.

“A diminuição da quarentena é um balde de água fria. Nós estamos com um vírus que já mostrou toda a sua capacidade de circulação, mas parece que realmente isso não está servindo de lição. A cultura é de acreditar que baixaram os números, a tendência é acabar, mas não é isso que está acontecendo”, finaliza Albuquerque.

Edição: Leandro Melito

 

 

Cerca de 75% dos professores do ensino primário e fundamental paralisaram atividades nesta quinta-feira (13)

Michele de Mello/Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 13 de Janeiro de 2022 

Cerca de 75% dos professores da França entraram em greve por mais segurança no protocolo sanitário – SNUIPP

Sindicatos da educação convocaram a uma paralisação nacional, nesta quinta-feira (13), contra a volta às aulas presenciais durante um novo surto de covid-19 na França. Cerca de 75% dos professores do ensino infantil, primário e fundamental aderiram à greve. Os trabalhadores denunciam que o governo não atende suas demandas e sequer respeita os protocolos sanitários que já havia estabelecido para o retorno presencial no dia 3 de janeiro. 

“Manter as escolas abertas é um desejo compartilhado, mas proteger toda a comunidade educacional (funcionários, alunos e famílias) também deve ser”, afirma em comunicado o Sindicato Nacional Unitário de Instrutores, Professores de Escolas infantis e Primárias (Snuipp).

A França é um dos países mais afetados pela nova onda de contágios desencadeada pela variante ômicron. Nas últimas 24 horas foram contabilizados 338.858 infectados para um total de 12,2 milhões contágios e 123 mil mortos desde o início da pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de ter imunizado 74% da população, cerca de 5 milhões de franceses recusam vacinar-se.

Associação de pais de alunos do ensino primário e fundamental também aderiu às manifestações em apoio aos professores em várias cidades da França / FSU

Segundo dados oficiais, em uma semana de aulas, 50 mil estudantes testaram positivo para covid-19. Diante do adoecimento de professores, o Ministério está convocando aposentados para dar aulas.

O primeiro-ministro Jean Castex havia declarado a meios de comunicação locais, na última segunda-feira (10), que o novo protocolo sanitário previa até três autotestes de covid-19 por aluno, quando fosse identificado um caso positivo em sala de aula. Caso contrário, seria necessário apenas uma certidão dos pais alegando que o aluno estaria saudável e apto para comparecer às aulas.

 

 

 

Trabalhadores criticam governo Bolsonaro por não agir para impedir saída da montadora. Outras empresas estão saindo e desindustrialização preocupa

Publicado: 13 Janeiro, 2022 – Escrito por: Redação RBA

FOTO: FORD/DIVULGAÇÃO

Há um ano, a Ford anunciou a saída definitiva de suas fábricas no Brasil. Mas, para trabalhadores e sindicalistas, a saída poderia ter sido evitada. Com o fechamento das três principais unidades da montadora, foram demitidos quase 8 mil trabalhadores diretos e pelo menos 100 mil indiretos. Em setembro, a Ford fechou também a fábrica da Troller, no Ceará, e mais 500 empregos foram extintos. Faltou responsabilidade social da empresa, consideram os representantes dos empregados da Ford.

“Se ela decidiu ir embora do Brasil, fechar uma planta é um direito da empresa: essa é a visão neoliberal grotesca que eles têm”, critica Rafael Marques, presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento (TID-Brasil). “No mundo inteiro não é assim. A Ford também tentou fechar a unidade de motores na França. Levou 10 anos para fechar a fábrica. Porque o governo se envolveu fortemente”, afirma Marques, em reportagem do Seu Jornal, da TVT.

Para encerrar as atividades industriais no Brasil a Ford gastou R$ 24 bilhões entre indenizações de trabalhadores, concessionárias, devolver empréstimos, multas por rescindir contratos de incentivos fiscais. Para os empregados da montadora no Brasil, o governo Bolsonaro se omitiu, e outras indústrias devem deixar o país.

Desindustrialização

“Quando se analisa a irresponsabilidade da Ford não dá para deixar de fora a irresponsabilidade do governo federal e também do estadual”, afirma o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Paulo Cayres. “O estado de São Paulo vem perdendo empresas: a Ford em São Bernardo do Campo, a Ford e a LG em Taubaté. Então tem uma mescla aí. Não há ação em prol da indústria. O problema é maior do que simplesmente o fechamento da Ford”, observa Cayres.

Isso fica ainda mais claro quando se vê que, apesar de ter abandonado a fabricação no país, a Ford continua importando carros para vender no Brasil. Diante disso, os metalúrgicos denunciam o fechamento de fábricas, a desindustrialização, situação agravada após o golpe de 2016, que resultou no impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

“Várias cadeias industriais estão acompanhando a Ford. Estão desinvestindo: indústria farmacêutica, de bens de capital. Um cenário muito ruim”, relata Rafael Marques. “Estamos vivendo uma queda dos investimentos abrupta no país. E além dessa queda, o desinvestimento privado, público e de estatais.”

Destino incerto

A fábrica da Ford em São Bernardo foi comprada por uma empresa do setor imobiliário e está sendo demolida. Em Camaçari, na Bahia, existe a possibilidade de que outra montadora assuma as instalações, relata o repórter Jô Miyagui.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade baiana, Júlio Bonfim, afirma que seguem as negociações com o governo estadual, com a federação das indústrias (Fieb) e o Sindipeças para viabilizar essa nova empresa. “Que possa assumir esse complexo automotivo aqui em Camaçari e com essa vinda a gente possa minimizar o impacto do desemprego na região metropolitana.”

 

 

A Última Folia é o curta metragem dirigido por Cláudio Salles, com produção executiva de Alan Motaque, que conta a história da última Folia de Reis ainda em atividade  no município de Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro, Bandeira Estrela do Oriente II. Disponível no canal:

 

O lançamento foi nesta quinta-feira, 13, na Casa de Cultura Heloisa Alberto Torres, junto com a abertura da exposição “Essa Folia é de Reis”, composta por máscaras de palhaços de Folias de Reis e a apresentação da Bandeira Estrela do Oriente II.

A exposição já rodou cidades como Nápoles, Capri, Roma e São Paulo e conta com o apoio da PR3 UERJ e curadoria do professor Ricardo Gomes Lima. Endereço: Praça Marechal Floriano Peixoto, 303 – Centro de Itaboraí. 

Histórico

O curta metragem é resultado da parceria entre a Casa de Cultura Heloisa Alberto Torres com o INCT/Ineac (Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos da Uerg). É o 4º vídeo dessa dobradinha com vistas a identificar, fomentar e resgatar a cultura popular de Itaboraí e o seu patrimônio imaterial. 

O primeiro vídeo foi sobre a própria Casa de Cultura Heloisa Alberto Torres, o segundo, Oleiros de Itaboraí: identidade, arte, pão e barro, e o terceiro A voz que clama no deserto, protagonizado por atores da cidade. Essa última produção resgata a tradição do último Grupo de Folia de Reis ainda em atividade na cidade.