O professor da Coppe/UFRJ, Guilherme Travassos, disse na live Linha Direta do Sintufrj que o lockdown – bloqueio e ou interrupção da movimentação e dos deslocamentos na cidade aliado a proibição de aglomerações – é uma das poucas ações de combate ao coronavírus consideradas eficientes para atrasar a velocidade de propagação da doença.

Travassos é um dos coordenadores da pesquisa desenvolvida na Coppe que recomendou o lockdown no Estado do Rio de Janeiro. O estudo faz parte das pesquisas que vem sendo desenvolvidas pelo Grupo de Trabalho (GT) da Covid-19 da UFRJ.

“O nosso estudo vem reforçar então o posicionamento que foi estabelecido e divulgado pelo próprio GT, e reforçado também por diversos comitês científicos e entidades, sobre a necessidade de termos uma intensidade maior na questão da redução da mobilidade urbana na cidade e no estado do Rio como um todo”, destacou Travassos.

Covidímetro
O estudo desenvolveu um modelo que facilita a leitura dos dados e sua interpretação pelas pessoas. “Nós buscamos oferecer o resultado destes cálculos e desses modelos através de uma representação lúdica via um marcador de velocidade que nós carinhosamente chamamos de covidímetro”, diz Travassos. “O que é uma grande vantagem desse nosso modelo, pois ele é aplicado para se fazer a estimativa do futuro”, observa o professor.

Estudo
O modelo do estudo desenvolvido pelo GT da UFRJ está no ar e pode ser acessado através do portal https://dadoscovid19.cos.ufrj.br na página www.coronavirus.ufrj.br .

Confira o programa Linha Direta do Sintufrj “Covid-19 – UFRJ recomenda bloqueio total”:

 

Os 120 anos da Fundação Oswaldo Cruz – completados na segunda-feira, 25 de maio – encontrou a instituição completamente mobilizada para o combate ao coronavírus. São 12 mil profissionais envolvidos direta ou indiretamente nas ações para neutralizar os efeitos da pandemia, desde a realização de pesquisas até a produção de testes.

Para o novo Centro Hospitalar, construído na sede da Fundação, em Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro, estão sendo feitas novas contratações. A expectativa é que, em seu pleno funcionamento, até 1200 profissionais atuarão no hospital.

A Fiocruz está em todo o território brasileiro, por meio do suporte ao SUS, na formulação de estratégias de saúde pública, nas atividades de seus pesquisadores, nas expedições científicas e no alcance de seus serviços e produtos.

Pesquisa

A Fiocruz tem atuado em diversas frentes em relação ao enfrentamento da epidemia. Dentre as principais pesquisas estão o Observatório Covid-19, que visa integrar as diferentes áreas de pesquisas da Fiocruz e, entre elas, reúne painéis para monitoramento epidemiológico sobre a evolução da doença no Brasil.

Há também e estudos que demonstram a vulnerabilidade de certos grupos (indígenas, moradores de favela) e regiões (regiões rurais do norte e nordeste), levando em conta fatores socioeconômicos e também o acesso a serviços de saúde, como estrutura hospitalar e disponibilidade de leitos.

Em relação à busca de terapêuticas para a covid-19, a mais importante é o estudo clínico Solidarity. Coordenado no Brasil pela Fiocruz por meio do Centro Hospitalar, o ensaio clínico faz parte da estratégia global da OMS e Ministério da Saúde para o levantamento de dados robustos e representativos sobre a eficiência e eficácia de possíveis tratamentos para o Covid-19. É um ensaio clínico randomizado e adaptativo, permitindo que, ao longo do curso do estudo e, com o surgimento de novas evidências científicas, haja alteração das propostas terapêuticas, com inclusão ou exclusão de medicamentos.

Para a entrada neste protocolo é necessário que o paciente esteja internado, ou seja, todos os pacientes do centro hospitalar serão candidatos naturais para ingresso nesse ensaio clínico. Além do Solidarity, a assistência dos pacientes no Centro Hospitalar permitirá outros protocolos de estudos, não necessariamente de intervenção. Há prospecção de pesquisas de observação que envolve a coleta sistemática de dados de saúde do trabalhador e do ambiente hospitalar.

Números

A Fiocruz conta com 50 laboratórios de referência e departamentos articulados em redes internacionais para a solução de problemas de saúde pública.

É a maior produtora mundial de vacina contra a febre amarela, mantém parcerias com instituições de pesquisa de 50 países e coordena a maior rede mundial de bancos de leite humano, que reúne também outros países. A instituição é ainda a maior não-universitária de capacitação e formação de recursos humanos para o SUS.

Em 2019, a instituição produziu 129 milhões de doses de vacinas e 116 milhões de unidades farmacêuticas, 9 milhões de frascos e seringas bi fármacos e 6 milhões de reativos para diagnóstico. Fez também 5 mil análises de qualidade de produtos de saúde, 82 mil pacientes tratados, 312 mil testes de referência laboratoriais.

CENTRO HOSPITALAR construído para atender pacientes de Covid-19 no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz

 

 

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