Há 50 anos, o técnico-administrativo em educação Ivan Hidalgo é um destacado servidor da UFRJ. Mas sua notoriedade institucional começou pra valer em 1997, quando assumiu o cargo de secretário-geral dos Órgãos Colegiados. Desde então, tornou-se o personagem de importância única nas sessões do Conselho Universitário (Consuni), principal instância deliberativa da universidade e em outros colegiados, por sua eficiência e discrição.

Nesta quinta-feira, 10, a reunião do Consuni homenageou o servidor. Segundo o conselheiro docente Francisco Esteves, Ivan Hidalgo foi empossado na UFRJ no dia 2 de junho de 1971 pelo reitor Djacir Menezes (1969 a 1973), e acrescentou: “Ivan tem o espírito da universidade, do conhecimento. A Minerva está no seu DNA. Ele é um exemplo de ética”. 

A reitora Denise Pires de Carvalho apontou a dedicação e a seriedade de Ivan Hidalgo na realização do seu trabalho na Secretaria dos Órgãos Colegiados e solicitou que os conselheiros ligassem seus microfones para uma salva de palmas na sessão online do Consuni. 

Com a palavra cedida pela reitora, o homenageado, com a elegância de sempre, agradeceu às manifestações de reconhecimento e carinho.  

Na próxima sessão do Consuni, provavelmente dia 24 de junho, estará em pauta uma moção de louvor pelas cinco décadas de dedicação do servidor à UFRJ.

“Parabéns, Ivan. 50 anos! Meio século. Você expressa a responsabilidade e o compromisso dos técnicos-administrativos na garantia de que tudo nesta universidade aconteça de forma a expressar o que de melhor temos e o que de melhor podemos oferecer à sociedade e à própria dinâmica de funcionamento e estrutura da nossa universidade”, disse a representante da bancada técnico-administrativa e coordenadora do Sintufrj Joana de Angelis.

Trajetória irretocável

Nestes 50 anos de UFRJ, Ivan Hidalgo foi testemunha do trabalho de 15 reitores, e, pelo cargo que ocupa, tornou-se uma referência no conhecimento de documentos, regras e estatutos, além da história da instituição e de seus órgãos colegiados.   

Sua história com a UFRJ começou quando ele era ainda muito jovem, 19 anos. Seu ingresso na universidade foi por uma dica do amigo de infância e seu xará, o Ivan Rodrigues da Silva, de quem mais tarde também viria a se tornar colega de instituição. 

Ivan iniciou na UFRJ como datilógrafo da comissão especial criada para acompanhar os recursos aplicados nas obras de construção da Cidade Universitária (Cesar) e, assim, testemunhou a conclusão de  grades prédios do campus, como do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho.

Ele prestou um trabalho importante para a categoria quando integrou o Grupo de Assessoramento à Comissão de Enquadramento do Plano de Carreira de 1987. Atuou ao lado de companheiros que se destacavam no movimento sindical dos técnico-administrativos, como João Eduardo e Carlos Maldonado.

Até que, em 1997, foi nomeado para a Secretaria dos órgãos Colegiados e passou a se responsabilizar pelo andamento do Consuni, Conselho Superior de Supervisão Executiva e de Curadores, os três presididos pela reitora.

Lembranças e curiosidades  

Segundo Ivan, ao chegar muito jovem na UFRJ, não tinha noção dos efeitos da política de governo para a universidade. Mas, em 1985, começou a perceber os ares da redemocratização do país. Na gestão do reitor Horácio Macedo, por exemplo, percebeu o crescimento da participação dos técnicos-administrativos na vida institucional, culminando com a escolha de um membro da categoria para assumir a Pró-Reitora de Pessoal, que foi o João Eduardo Nascimento Fonseca. E, alguns anos mais tarde, a conquista dos técnicos ocupando vagas nos colegiados. 

Entre as muitas lembranças e curiosidades, Ivan conta que já foi  chamado até de “Google” da UFRJ. “Conheço muito da universidade. Em momentos de lazer, eu fazia o quê? Eu pesquisava. Sempre gostei muito de pesquisar. Tenho pesquisa sobre reitores e pró-reitores. Fiz pesquisa sobre regimentos e estatutos antigos e novos. Fui lendo, me inteirando. Li atas dos conselhos desde 1920”, revelou.  

Mas todo esse acúmulo de conhecimento sobre a instituição não ficou somente na cabeça dele. Ivan Hidalgo transferiu todas as informações para o “Word”, portanto, a comunidade universitária dispõe de uma memória informatizada por iniciativa deste servidor técnico-administrativo excepcional. 

“As pessoas perguntam e eu olho minhas anotações. Eu sei porque fiz essas pesquisas”, diz ele, explicando que seus arquivos serviram de consulta para o pessoal que organizou a comemoração do centenário da instituição. “Agora, quero continuar fazendo o que  faço atualmente e me aposentar”, afirmou Ivan Hidalgo.

Ivan tem três filhos do seu primeiro casamento e cinco netos. É casado pela segunda vez. Poderia ter se aposentado com 57 anos, ou seja, há 12 anos atrás. Mas optou por ficar. “O que faço na universidade, faço por amor. Trabalho porque gosto”, finalizou.

O técnico-administrativo em educação Ivan Hidalgo

 

 

 

Nos dias 18, movimento sindical fará mobilizações em locais de trabalho para dialogar com trabalhadores sobre a realidade do país e, no dia 19, com os movimentos sociais, vai às ruas pelo ‘fora, Bolsonaro’

 Publicado: 10 Junho, 2021 Escrito por: Andre Accarini

A mobilização popular pela recuperação do Brasil, que está sendo devastado pelo governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) será reforçada na próxima semana. Com todos os cuidados necessários, como o distanciamento social, uso de álcool em gel e máscaras, os trabalhadores e trabalhadoras estarão mobilizados nos locais de trabalho e, outra vez, vão ocupar as ruas para levantar a voz exigindo o ’fora, Bolsonaro’, única maneira de o país voltar a crescer, salvar vidas, distribuir renda e gerar empregos. Os atos do dia 29 de maio demonstraram a insatisfação e a necessidade urgente de mudança no país.

No próximo dia 18, A CUT e demais centrais sindicais farão as mobilizações nos locais de trabalho para dialogar com trabalhadores sobre a realidade do país. E, no dia 19, com os movimentos sociais, vai às ruas pelo ‘fora, Bolsonaro’.

Na sexta-feira da semana que vem (18), os sindicalistas irão aos locais de trabalho dialogar com trabalhadores e trabalhadoras sobre a atual situação do país – de recessão, desemprego, pobreza, fome, inflação e, claro, de uma tragédia social jamais vista, provocada pela má atuação de Bolsonaro frente à pandemia, que levou o país a quase 500 mil mortos por Covid-19.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, explica que a mobilização deste dia tem foco na pauta trabalhista. “Vamos conversar com os trabalhadores, mostrar a eles o que está errado nesse país, o que este governo vem fazendo, e que provoca o desemprego e empobrecimento da população”.

De acordo com Sérgio Nobre, estão organizadas atividades em todo o país já nas primeiras horas do dia, em portas de fábricas e locais de trabalho, todas respeitando protocolos de segurança para evitar a disseminação do novo coronavírus.

“Vamos fazer panfletagens, assembleias, colocar faixas com as nossas lutas mais urgentes como o auxílio emergencial de R$ 600, a luta contra a fome que já atinge quase 20 milhões de pessoas, a carestia, a luta contra as privatizações que vão prejudicar ainda mais os brasileiros, além de exigir vacina já para todos, para salvar vidas”, diz o presidente da CUT.

Dia 18 faremos um diálogo direto com nossa base – os trabalhadores – sobre essa situação de tragédia que vivemos e o dia 19 será o dia do Fora Bolsonaro nas ruas- Sérgio Nobre

“Se queremos um país com mais empregos, com desenvolvimento, sem privatizações, um país em que os trabalhadores tenham direitos, tenham acesso à vacina e ao auxílio emergencial digno, temos que tirar Bolsonaro do poder”, completa o presidente da CUT.

E para reforçar o ‘Fora Bolsonaro’, a CUT apoia as manifestações que estão sendo organizadas pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo para o dia 19 de junho, sábado da semana que vem. A CUT é uma das impulsionadoras da Campanha Nacional Fora Bolsonaro, por fazer parte das Frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e do Fórum das centrais sindicais.

Neste dia, movimentos sociais pretendem levar às ruas todas as bandeiras de luta mais urgentes, mas o foco, a bandeira principal, é impeachment do presidente – o “fora, Bolsonaro” -, exigindo que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), paute um dos mais de cem pedidos de afastamento, que estão engavetados no Congresso.

Para este dia, a orientação da CUT é que todos que se sentirem seguros para ir às ruas, que não façam parte de grupos de riscos nem tenham comorbidades, devem se cercar de todos os cuidados necessários, a exemplo do que aconteceu no dia 29 de maio, em que mais de 420 mil trabalhadores em mais de 210 cidades deram um exemplo de proteção à vida nas manifestações, todos usando máscaras, álcool gel e mantendo o máximo possível de distanciamento social.

Ao contrário das manifestações antidemocráticas de apoio a Bolsonaro, convocadas por ele próprio, em que seus seguidores ignoram qualquer medida de segurança – máscara principalmente – e demonstram um enorme desprezo à vida e à dor das cerca de 500 mil famílias que perderam entes queridos na pandemia.

Sérgio Nobre orienta aos trabalhadores que não se sentirem seguros para ir às ruas, que organizem outros tipos de manifestações mais isoladas como panelaços e carreatas. “O povo pode dizer o ‘fora, Bolsonaro’ de várias maneiras, como ir para as redes sociais e se manifestar intensamente, pendurar bandeiras na janela, fazer panelaços, participar de carreatas.”

Mas uma coisa é certa, ele diz. “Se queremos que tenha emprego, que tenha auxílio emergencial, que tenha vacina, que tenha direitos, se queremos que o Brasil seja um pais decente, tem que ser com ‘fora, Bolsonaro’”.

Por isso, o dia 19, Dia Nacional de Mobilização por ‘Fora Bolsonaro’, será uma data igualmente histórica para o Brasil –  mais um dia em que a maioria dos brasileiros mostrará que o país, “com Bolsonaro, não tem futuro”, completa o presidente da CUT.

Recomendações essenciais da CUT para as manifestações:

  • Participação nas atividades de rua, somente de quem se sentir seguro;
  • Quem não for para as ruas, poderá participar de forma virtual, colocando bandeiras nas fachadas, fazendo panelaços e outras ações;
  • Nas ruas, manter o distanciamento mínimo necessário, utilizar máscara adequada, álcool em gel;

Cuidados necessários:

– Quem não deve participar dos atos:

Pessoas que apresentam sintomas de covid-19 ou que tiveram contato recente com infectados o novo coronavírus, que possuam comorbidades ou que residam com alguém que as possua.

– Antes do ato:

Tomar cuidado redobrado com o transporte público. Evitar meios de transporte sem janela e que tenham muitas pessoas. É imprescindível sair de casa já utilizando máscara, preferencialmente do tipo PFF2 ou N95.

– O que fazer durante o ato:

Manter-se sempre ao ar livre e preferencialmente a uma distância de 1 a 2 metros de outras pessoas.

Retire a máscara apenas para trocá-la caso esteja úmida e neste caso, afastar-se das demais pessoas.

Limpar as mãos frequentemente com álcool em gel 70% e evite tocar mucosas dos olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam devidamente higienizadas.

Não compartilhar objetos de uso pessoal e, se for possível, leve mais de uma máscara PFF2 ou N95 para distribuir para quem não as tem.

– Depois do ato:

Não confraternizar com amigos em bares, nem em casa, após a manifestação. No caminho de volta, são necessários os mesmos cuidados com o transporte público. Retire a máscara ao somente ao chegar em casa.

Edição: Marize Muniz

ARTE: EDSON RIMONATTO/CUT

 

 

 

 

Contemplado no Programa Aldir Blanc-Bahia, memorial foi lançado no dia 29 de maio

Fonte: Da Coalizão Negra por Direitos

Preservar história, memória, tradição religiosa e cultura negra do bairro Engenho Velho da Federação em Salvador, é um dos objetivos do “Caminhos da Sagrada Resistência: Histórias e Memórias no Território Negro do Engenho Velho da Federação”. 

O projeto propõe a criação de um site com registros de memória em fotos, vídeos, áudios e textos da “Caminhada pelo Fim da Violência e do Ódio Religioso, pela Paz!”. O memorial digital ressalta o compromisso político, social e cultural que a Caminhada possui ao longo de 16 anos no enfrentamento às diversas manifestações de violência sofrida pelo povo de Terreiro, e o engajamento das lideranças religiosas e sociais na organização do evento.

O acervo é composto por informações que contam a história do Engenho Velho da Federação e suas manifestações culturais, conteúdos ligados às temáticas abordadas em cada edição da Caminhada e registros das etapas de sua elaboração e realização. O projeto é realizado pelo Terreiro do Cobre através da Sociedade Flaviana Bianc, em parceria com os Terreiros Ilê Axé Omire Ojuire, Ilê Axé Mana Dandalunda Oya, Nzo Onimboyá, Zoogodô Bogum Malê Rundó, Ilê Axé Alarabedé, Pena Branca Jussara, Nzó Tanuri Junsara, Odé Mirin de Oxossi, Obá Tony, Centro de Caboclo Marujo, IIê Axé Opo Oya Omim,Tumbalagi Junçara, Ilê Axé Omadó Ny Osun, Ilê Oyo Bomim e Ilê Axé Awa Negy.

O memorial foi lançado dia 29 de maio, às 17h, numa transmissão ao vivo pelo YouTube (https://abre.ai/cHnb). O lançamento aconteceu na mesma semana em que se comemorava o Dia da África. A escolha da data representa um ato de resistência e valorização da ancestralidade.

Terreiros do Engenho Velho (Foto: Imagem retirada do site Coalizão Negra Por Direitos)

A Caminhada

Terreiros do Engenho Velho (Foto: Imagem retirada do site Coalizão Negra Por Direitos)

Em 2004, templos religiosos do Engenho Velho da Federação foram invadidos por adeptos de igrejas neopentecostais em ato de total desrespeito à história e tradição religiosa, símbolo desses espaços sagrados. Diante do contexto de extrema violência, lideranças e comunidades de Terreiros de Candomblé, Caboclos, Umbanda e de outras religiões afro-brasileiras, além da comunidade do bairro, vão às ruas todo os anos no dia 15 de novembro para denunciar o desrespeito às tradições religiosas de matriz africana e indígena, resultado dos efeitos danosos do racismo e da ausência ou violação de políticas públicas voltadas para a garantia da integridade dessas religiões.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

 

Terreiros do Engenho Velho (Foto: Imagem retirada do site Coalizão Negra Por Direitos)

 

 

 

 

 

 

 

 

Não. O que o governo propõe, na PEC 32/2020, é a desorganização do serviço público, tirando do Estado atribuições fundamentais no atendimento à população e abrindo espaço a privatizações de áreas essenciais, entrega da saúde e da educação para Organizações Sociais, fim dos concursos públicos para grande parte dos cargos, apadrinhamento no preenchimento das vagas e quebra da estabilidade facilitando a perseguição política e a pressão das chefias para cumprimento de ordens indevidas ou ilegais.

A reforma é mais uma disputa pelo orçamento público, a exemplo da Emenda Constitucional 95/2016 que congelou o orçamento para os serviços públicos por 20 anos. Entre atender à população – com um projeto de ampliação e melhoria da educação, pesquisa e saúde – e destinar uma parcela maior do dinheiro público para empresários e bancos, o governo escolheu a segunda opção.

Com o golpe de 2016, o governo de Michel Temer (MDB) e depois Jair Bolsonaro (sem partido) aprovaram medidas que, segundo eles, fariam o Brasil voltar a crescer: teto de gastos (EC 95/2016), terceirização geral; reforma trabalhista; reforma da Previdência. Nenhuma delas resolveu; pelo contrário, aumentaram os ganhos dos mais ricos e empobreceram a grande maioria da população.

É certo que várias distorções foram criadas para acomodar os interesses das cúpulas dos poderes, não são poucos os casos de remunerações que ultrapassam em muito o teto do funcionalismo, mas essa reforma não mexe em nada disso. Ao contrário, tende a aumentar ainda mais a diferença entre os menores e maiores salários.

Com a PEC, serviços públicos como Saúde e Educação seguem sendo obrigação do Estado e direito da população?

Não. A PEC 32/2020, de Bolsonaro e Guedes, introduz entre os princípios da administração direta e indireta descritos no Art. 37 da Constituição Federal o da subsidiariedade. Ou seja, o estado passa a ser complementar ao que o setor privado não pode ou não quer atender.

Mesmo que seja apenas um princípio constitucional, nos planos do governo para a reforma já constam mais duas etapas para sua implementação onde esta mudança pode ser realmente aplicada. Portanto, esse princípio antecipa o objetivo de substituição de escolas, universidades, hospitais e postos de saúde públicos pela entrega de vouchers (vale-mensalidade, vale-educação, vale-creche, vale-saúde) ou mesmo a entrega da administração, contratações e compras para as chamadas organizações sociais lucrarem em cima do que deveria ser direito do povo.

A população precisa de mais e melhores serviços públicos, e não menos.

A reforma se aplica apenas aos servidores federais?

Não. A reforma se aplica a todo o serviço público do país: à “administração pública direta e indireta de quaisquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (art. 37 da PEC 32/2020). Todos os servidores serão atingidos. O Brasil possui cerca de 10,7 milhões de servidores públicos civis ativos e sua maior parte é constituída de servidores municipais, quase 6 milhões (62,4%), seguida de 3 milhões de servidores estaduais (30,8%) (IBGE, 2016).