Ação que pede a correção do FGTS por um índice que não seja a Taxa Referencial (TR), que está zerada, não tem data certa para entrar na pauta do de votação no Supremo

Publicado: 2 Junho, 2021 – Escrito por: Redação CUT

A possibilidade de ter um dinheiro extra num momento de crise econômica profunda que já deixou 14,8 milhões de brasileiras e brasileiros desempregados, o aumento da miséria e a falta de perspectivas para um futuro próximo, tem levado trabalhadores a aderir a uma campanha pelas redes sociais em que pedem a correção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) nº 5090, que contesta o uso da Taxa de Referência (TR) como o índice que corrige o saldo do FGTS, estava na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) do dia 13 de maio, mas foi retirada e não há uma nova data para o julgamento.

Nas redes sociais, os trabalhadores se mobilizam usando as hashtag  #JulgaSTF e “adi5090 para pedir que a questão seja pautada pelo STF.

Continuamos pedindo que o @STF_oficial coloque na pauta novamente a #adi5090. Excelentíssimo @LRobertoBarroso poderia explicar porque foi retirada da pauta de maio? #revisaofgts #julgastffgts

— Annicielle (@Annicielle) May 26, 2021

No julgamento, os ministros devem decidir qual o índice que deve corrigir a remuneração do FGTS, já que a TR está zerada, não acompanha os índices de inflação desde 1999. Defensores dos trabalhadores entendem que a correção deve ser baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ou no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (INPCA-E).

O ministro Luís Roberto Barroso, disse ao jornal Valor Econômico que a Ação Direta de Inconstitucionalidade está liberada para a pauta, mas cabe à presidência do STF, ministro Luiz Fux,  decidir quando será julgada. O Valor apurou que está em estudo a inclusão do tema na pauta do segundo semestre.

CUT acompanha o caso desde 2013

A correção do FGTS tem sido acompanhada pelos sindicatos filiados a CUT, que atuam junto ao STF como “amicus curae” (amigos da Corte ) em que entidades podem defender na mais alta Corte do país os seus interesses, como é o caso do reajuste do Fundo de Garantia que deve beneficiar milhares de trabalhadores.

Já em 2013, a CUT encaminhou modelos de ação coletiva para os seus sindicatos e a maioria entrou com ação, pedindo a revisão a partir de 1999. Além dos sindicatos CUTistas entram com pedidos de revisão da TR, a Defensoria Pública e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC).

O escritório de advogados da LBS que atende a CUT preparou uma série de questões sobre o julgamento da taxa de correção do FGTS. No ‘tira dúvidas’ abaixo, tem, inclusive, a nota que a CUT orientando os sindicatos. Confira.

O que está em jogo

O caso foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, antes que fosse tomada uma decisão, a mais alta Corte do país, o STF, decidiu impedir que as ações prosseguissem até que seus ministros a analisassem, visto que havia uma Ação Direta de Inconstitucionalidade sobre o tema em tramitação na Corte, a ADI nº 5090.

Na Adin do Solidariedade, o partido argumenta que a correção do FGTS pela TR representa um enorme prejuízo para os trabalhadores – R$ 27 bilhões em 2013 e de R$ 6,8 bilhões apenas nos dois primeiros meses de 2014.

O Solidariedade argumenta ainda que o FGTS pertence ao trabalhador e, ao corrigir as contas em índices menores que a inflação, o governo viola seu direito de propriedade, além de tirar do fundo seu poder aquisitivo real.

De acordo com estimativas publicadas no Conjur, um trabalhador com dez anos de carteira assinada e salário de R$ 2 mil mensais pode receber mais de R$ 5 mil, caso a revisão da correção monetária – e a troca por um índice que mede a inflação – seja aprovada pelo STF.

Já um trabalhador com os mesmos dez anos de carteira e R$ 8 mil de salário pode receber mais de R$ 20 mil se a decisão dos ministros da Corte for favorável à classe trabalhadora. O valor exato, no entanto, depende do período de depósitos e saques efetuados.

O tema é complexo porque além de corrigir o saldo da conta do trabalhador, a Taxa de Referência, que hoje não reflete a inflação, é utilizada também para correção monetária dos empréstimos da compra de imóveis que tiveram como base o financiamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.

MARCELO CASAL JUNIOR / AGÊNCIA BRASIL

 

 

 

Centenas de organizações devem ir novamente às ruas para cobrar impeachment do presidente

Brasil de Fato | Brasília (DF) 2 de Junho/2021 

As diferentes forças do campo progressista que estiveram envolvidas no ato nacional contra o governo Bolsonaro no último sábado (29) já têm um novo foco no calendário de lutas populares. O segmento divulgou, nesta quarta (2), que irá novamente às ruas em todo o país no próximo dia 19.

A ideia é protestar pelo impeachment do presidente da República, engrossando o coro que hoje paira sobre a Câmara dos Deputados, responsável pelo andamento inicial desse tipo de proposta.

As manifestações, mais uma vez, partem de uma ampla articulação e devem envolver centenas de organizações nacionais, incluindo partidos políticos, centrais sindicais, movimentos populares, entidades estudantis, além de outros coletivos e mobilizadores que atuam na luta social em diferentes frentes.

O calendário com o horário do protesto em cada local do país deve ser divulgado em breve.

Edição: Leandro Melito

 

Assim como ocorreu em outros pontos do país, protesto em Brasília no último sábado (29) destacou especialmente escalada de mortes por covid no Brasil – Renato Cortez

 

 

Em entrevista, a autora Raquel Júnia conta sobre as inspirações para a obra e a entrada na literatura infanto-juvenil

Jaqueline Deister | Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |2 de Junho/2021 

Um livro para inspirar as crianças e lembrar que a esperança em um amanhã melhor não deve ser esquecida. “O Mel mais doce do mundo” marca a entrada da jornalista Raquel Júnia na cena literária e também inaugura a estreia da Editora NPC, do Núcleo Piratininga de Comunicação, no seguimento da literatura infanto-juvenil. 

A obra nasceu a partir das contações de estórias de Raquel para o seu filho Francisco, de seis anos. Em entrevista ao Brasil de Fato, a escritora contou que a personagem principal do livro, a abelhinha Zuleide, é inspirada na militante comunista e professora Zuleide Faria de Melo, que esteve à frente, durante décadas, dos movimentos de solidariedade à Cuba. 

“A conheci quando procurei a Associação Cultural José Martí para ser brigadista em Cuba, em 2009. Me encantei com a força dela logo de cara. Uma senhorinha com tanta presença de espírito, tão convicta do seu trabalho solidário à Cuba. Ela era tão convicta que nem nos deixava espaço para negar os seus pedidos de auxílio na associação. Nesse sentido, ela e a abelhinha são muito parecidas: na bravura, na persistência, na coragem”, relata. 

Além de toda a força e coragem trazida por Zuleide, a autora mineira que vive há 17 anos no Rio de Janeiro lembra que a obra é, antes de tudo, uma semente de afeto e acolhimento para as crianças.

“O que me motiva é aproveitar essa lindeza que é a infância em termos de liberdade, criatividade, e de aportar um grãozinho que seja para que as crianças tenham seu espaço de afeto e acolhida também por meio da literatura e quem sabe, lá na frente, se tornarem também seres humanos mais seguros emocionalmente, completos e responsáveis”, destaca.

Confira a entrevista completa: 

Brasil de Fato: Raquel, “O mel mais doce do mundo” marca o seu lançamento como escritora. Conte um pouco sobre o que te levou a escolher a literatura infanto-juvenil para estrear no mundo dos livros?

Raquel Júnia: Eu acho que não foi bem uma escolha, mas uma caminhada despretensiosa e o encantamento que sempre tive com o potencial desse universo confluíram para eu dar esse passo.

A literatura infanto-juvenil sempre esteve presente de forma próxima na minha vida, minha mãe por alguns anos foi bibliotecária na escola pública que estudei no primário e também tinha uma função de contar estórias nas turmas, então isso sempre me inspirou. Já adulta, sempre fiquei muito tempo na livraria lendo livros infantis e procurando aqueles adequados para comprar para meus afilhados.

Mas a ideia de escrever ‘da minha cabeça’ começou a acontecer para mim ao mesmo tempo em que me tornei mãe.

Francisco sempre queria mais e mais estórias antes de dormir. Uma vez viajamos 13h de ônibus do Rio até minha cidade natal e foram pelo menos umas quatro horas inventando personagens e narrativas, algumas dessas eu pensei: “puxa, essa é legal”. Acabou que nenhuma delas foi para o papel, mas, um tempo depois, em outra força-tarefa de colocá-lo para dormir, criei a da abelhinha Zuleide e achei que tivesse mais potencial. 

Meu marido Flávio foi o primeiro a ler e gostou. E assim continuei apostando nela. Outras amigas leram e também consideraram que era bacana. Com duas amigas, trabalhamos a ideia de uma pequena editora infanto-juvenil, que por motivos pessoais e de pandemia, acabou não indo para frente, mas foi um processo que me ajudou muito também a acreditar que “O Mel mais doce do mundo” poderia dar certo. 

Em mais um desses belos encontros da vida, um almoço com a Claudinha [Claudia Santiago – coordenadora do NPC] pouco antes da pandemia, contei a ideia do livro, ela gostou, me incentivou, trabalhou na editoração, fez a ponte com o Carlos Contente, que ilustrou lindamente e aqui estamos!

O que me motiva é aproveitar essa lindeza que é a infância em termos de liberdade, criatividade, e de aportar um grãozinho que seja para que as crianças tenham seu espaço de afeto e acolhida também por meio da literatura e quem sabe, lá na frente, se tornarem também seres humanos mais seguros emocionalmente, completos e responsáveis. 

O livro é inspirado na professora e militante comunista Zuleide Faria de Melo. Por que a escolha de Zuleide? Como ela contribui na obra?

Assim que criei “O Mel mais doce do mundo” fiquei pensando no nome da abelhinha corajosa e na mesma hora me veio a professora Zuleide. A conheci quando procurei a Associação Cultural José Martí para ser brigadista em Cuba, em 2009. Me encantei com a força dela logo de cara. Uma senhorinha com tanta presença de espírito, tão convicta do seu trabalho solidário à Cuba, tão dedicada a formar os brigadistas.

Eu, meu companheiro e outras amigos queridos, ficamos por algum tempo colaborando com a associação e surgiu a ideia de que ela nos desse um curso de marxismo. Foi uma experiência incrível que me aproximou mais ainda dela. Foi a primeira vez que entendi bem o que era dialética, já depois de formada.

Zuleide não media esforços para manter a associação viva, assim como a solidariedade à Cuba.

Ela era tão convicta que nem nos deixava espaço para negar os seus pedidos de auxílio na associação. Nesse sentido, ela e a abelhinha são muito parecidas: na bravura, na persistência, na coragem. Durante essa convivência, ela nos contou muitas histórias desde a resistência à ditadura, a militância no PCB [Partido Brasileiro Comunista], no Conselho Brasileiro de Defesa da Paz. Considerei que seria uma bela homenagem a ela. 

O livro marca a entrada da editora NPC no segmento infanto-juvenil. Qual o desafio de fazer literatura para esse público em um momento em que as telas ganham cada vez mais espaço na vida das crianças?

Eu acho que as crianças querem ler, se encantam com os livros, querem manusear, querem ter em seus quartos. É interessante porque a fixação pelas telas também é verdadeira. Aqui em casa eu vivo esses dois universos.

O desafio talvez seja a disposição emocional dos adultos em promover a literatura, em incentivar, e não só os cuidadores imediatos, mas a sociedade como um todo, as escolas, espaços públicos que estimulem essa conexão das crianças com a literatura, que tornem os livros acessíveis, porque diferente das telas, em que elas ficam muito bem sozinhas, absortas, os livros, principalmente na primeira infância, precisam de mediação.


A escritora e jornalista Raquel Júnia, autora de “O Mel mais doce do mundo” / Foto: divulgação

Eu acho que os desafios passam por aí e, é claro, tem todas as questões financeiras e de concentração da distribuição e do mercado editorial, mas potencial e interesse por parte das crianças existe. Acredito muito inclusive também na mediação entre os dois universos – dos livros e das telas. Livros que tem atividades nas telas e vice-versa também têm funcionado, há muita gente boa disposta e criando essas mediações.

Um exemplo de que esse mercado é produtivo são os clubes de assinatura de literatura infantil, que atualmente tem muitos assinantes, acredito que existam pelo menos três grandes projetos desse tipo no país. Muitas famílias também tem considerado a literatura como algo muito importante de se incentivar na infância.

 

Como sempre, precisamos de mais políticas públicas e de espaços democráticos e acessíveis que promovam isso para todas as crianças e adolescentes nos espaços populares. 

 

Já está com outras ideias de livros? Poderia nos contar?

Quem sabe na hora de colocar Francisco para dormir hoje não apareça outra boa estória? Tenho algumas ideias sim, que vão e vem. Falta colocar no papel. Mas espero que o lançamento de “O Mel mais doce do mundo” me motive a seguir nessa caminhada que tanto me faz bem.

Edição: Mariana Pitasse

 

 

 

Fomos surpreendidos com mais um ataque à renda dos trabalhadores. Dessa vez, sob o argumento da troca de sistema de gestão por parte do governo federal, a interrupção do pagamento de mais de 50 ações judiciais nos afetou de forma muito dura. Alguns de nós descobrimos, subitamente, o “sumiço” de metade do valor do contracheque.

O motivo do bloqueio é o desligamento do SICAJ, antigo sistema de gerenciamento, e a exigência de documentos comprobatórios que precisam ser inseridos no novo sistema adotado.

Mais uma vez, a burocracia é utilizada de forma fria e desumana pelo governo Bolsonaro. No entanto, não conseguimos entender o motivo dos servidores que constam na relação divulgada pela PR-4 não serem convocados com antecedência para o diálogo, possibilitando que os documentos processuais e pareceres de força executória necessários para desbloquear o pagamento fossem providenciados, impedindo os cortes.

Nosso departamento jurídico está debruçado sobre este caso para buscar alternativas no âmbito judicial que garantam os nossos direitos. Informaremos em breve as ações que adotaremos.

 

Direção do Sintufrj – Gestão Ressignifcar

Atenção servidora e servidor técnico-administrativo em educação: se você é uma cuidadora ou cuidador e percebe que essa função influencia nas suas relações de trabalho, em especial, no processo de avaliação de desempenho, o Grupo de Trabalho Parentalidade e Equidade de Gênero da UFRJ orienta para que você responda ao questionário.

Para isso, basta clicar no link: https://bit.ly/2TqEh9M para ter acesso ao formulário. Após responder às perguntas do questionário, clique no enviar. As respostas ficarão tabeladas na conta do google para análise. Não há campo de identificação, portanto, não se preocupe porque a sua identidade não será revelada.

Prazo – Os servidores cuidadores têm até o dia 6 de junho para responder ao questionário, que deve ser feito por quem tem filho ou guarda de menor, com idade inferior ou igual a 12 anos, e/ou seja responsável direto pelos cuidados a idosos ou pessoas com deficiência ou transtorno mental.

Qualidade de vida 

Os representantes dos servidores técnico-administrativos no GT Parentalidade e Equidade de Gênero da UFRJ tomou essa iniciativa visando a melhoria da qualidade de vida das trabalhadoras e trabalhadores que desempenham a função de cuidador, informou Nathália Machado, assistente em administração da Coordenação-Geral dos Cursos de Engenharia, do campus UFRJ-Macaé.   

Mas, para que isso ocorra, é preciso ter em mãos informações sobre como era a vida dos servidores cuidadores antes e durante a pandemia do novo coronavírus, estando eles trabalhando para a universidade pelo sistema remoto, presencial ou híbrido. 

As informações apuradas por meio dos questionários subsidiarão  ações da Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) voltadas ao bem-estar físico e emocional das servidoras e servidores cuidadores. 

 Ajude na divulgação! 

É muito importante que o formulário circule o mais rápido possível entre os servidores técnico-administrativos, via e-mail e por grupos de whatsapp da UFRJ. Com ajuda de várias pessoas, algumas unidades já estão cientes do questionário. Mas como o processo de avaliação de desempenho se iniciará em breve, em julho, pela PR-4 para preenchimento do plano de trabalho, há pouco tempo para propor novas ações visando contemplar os servidores cuidadores. 

Por isso, é necessário acelerar a divulgação do formulário e, consequentemente, o reenvio do questionário respondido.

ACESSE O FORMULÁRIO: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSey2L-kgq2RThpq5Gv60ts4oXosaHqzS-XVsTbBTbv_srJyWA/viewform

 

 

 

Abaixo-assinado com mais de cem mil adesões será entregue no dia 9 à Câmara. Assine! Ainda há tempo

De 7 a 11 de junho está programado o início da nova fase de tramitação da reforma Administrativa do governo Bolsonaro, a PEC 32/2020. Vencida a etapa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, que aprovou a admissibilidade constitucional da proposta, agora o embate se dará na Comissão Especial. A previsão é que ela deva ser formada na próxima semana.

A Comissão Especial avaliará o conteúdo da PEC e terá o prazo de 40 sessões do plenário para proferir parecer. Depois, a PEC deverá ser votada pelo plenário em dois turnos, com intervalo de cinco sessões entre uma e outra votação. Para ser aprovada, precisa de pelo menos 308 votos (3/5 dos deputados) em cada uma das votações.

A batalha do funcionalismo segue seu curso. “Ganhamos mais um tempo com a leitura pelo presidente da Câmara do requerimento para a formação da Comissão Especial semana que vem. E tempo para nós é importante para barrar essa PEC 32”, informa um dos coordenadores da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, deputado Rogério Correia (PT-MG).

STF julga pedido de suspensão dia 9

Rogério Correia informou que está para ser julgado o pedido de suspensão da tramitação da PEC 32 no STF. “A Frente Servir Brasil [Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público] entrou faz um tempo com pedido de suspensão da tramitação, que será julgado no dia 7 de junho. Então vamos torcer para que o STF suspenda a tramitação”, adiantou.

Segundo o parlamentar petista, a alegação da Servir Brasil é a da Frente do Serviço Público, a de que não há dados. “O ministro Paulo Guedes não colocou um dado sequer para explicar economicamente o significado dessa PEC. Apenas chutes. Falou em bilhões, depois milhões, enfim ninguém sabe absolutamente nada o que eles pretendem com essa PEC”, observou.

Abaixo-assinado

Além do julgamento no STF, o abaixo-assinado pela suspensão da tramitação da PEC deve ser entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) na próxima semana. 

“Nós estamos marcando provavelmente para o dia 9 de junho, data a ser confirmada, a entrega ao presidente Artur Lira do nosso abaixo-assinado.  Está com quase 100 mil assinaturas. Entregaremos também o manifesto assinado pelas entidades e pelas frentes”, prevê Rogério Correia.

“Continuamos na luta. É muito importante que a gente agora e mais ainda depois do 29M permaneçamos na luta. E que seja pressionado cada deputado e deputada para votar contra essa PEC 32 e não permitir que ela tramite”, sustentou.

Tramitação

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o relatório da admissibilidade da reforma administrativa do governo Bolsonaro, isto é, a considerou constitucional, em sessão dia 25 de maio. Foram 39 votos a favor e 26 contra. Dois deputados do Rio de Janeiro, Carlos Jordy (PSL) e Christino Aureo (PP) votaram a favor.

Ressalvas feitas pelo relator deputado Darci de Matos (PSD-SC) foram técnicas. O fundamental está preservado, isto é, o fim do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos, o fim da estabilidade, a criação de cinco novos modelos de contrato trazendo a precarização do trabalho no serviço público, alterações no concurso público, nas férias, entre outras covardias para a grande massa do funcionalismo.

Agora, o texto da proposta de emenda à Constituição (PEC) que altera as regras para os servidores públicos municipais, estaduais e federais segue para a comissão especial, que ainda será instalada pelo presidente da Casa, Arthur Lira.

Estratégia 

O ex-diretor do Dieese e Diap, hoje assessor da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, Vladimir Nepomuceno, explica que a oposição segue buscando atrasar o máximo possível a tramitação, a fim de aproximar do período pré-eleitoral, o que pode fazer com que muitos parlamentares prefiram não votar a PEC, com o receio de que isso lhes tire votos em 2022. 

“Além disso, a oposição também busca impedir que o governo tenha os 308 votos (3/5 do total de deputados) necessários para a aprovação da PEC em plenário. Durante a tramitação na Comissão Especial, a oposição trabalhará para a rejeição da PEC 32 e, na impossibilidade disso, trabalhar para desfigurá-la ainda na Comissão Especial, o que levaria, ou à retirada do texto, ou a um relatório possível de não aprovação em plenário”, coloca Vladimir.

DIGA NÃO À PEC 32/2020 – REFORMA ADMINISTRATIVA

Precisamos impulsionar a assinatura do abaixo-assinado contra a Reforma Administrativa. A entrega está prevista para 9/6:

A Frente Parlamentar Mista do Serviço Público angaria assinaturas através de abaixo-assinado para pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a suspender a tramitação da PEC de desmantelamento do serviço público. Estamos chegando a 100 mil assinaturas. Esse abaixo-assinado está previsto para ser entregue a Arthur Lira em audiência a ser marcada pela Frente Parlamentar Mista na próxima semana.

https://www.change.org/p/deputado-arthur-lira-pp-al-suspens%C3%A3o-da-pec-32-2020-reforma-administrativa-na-pandemia?recruiter=46820843&recruited_by_id=63a8e280-82de-0130-db8e-3c764e049c4f

Manifesto do Serviço Público contra a PEC 32/2020 

“A Reforma Administrativa faz mal ao Brasil! O governo Bolsonaro já não inclui o povo no orçamento público, congelando investimentos e deixando a população com atendimento precário na saúde, educação e assistência. Agora, com a PEC 32 que tramita no Congresso Nacional, quer entregar para a iniciativa privada todos esses serviços, deixando o povo sem nada! Assista ao vídeo, entenda os perigos da PEC 32 e lute com a gente pelo Brasil!”

 

 

Curitiba, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Belo Horizonte já sentem o impacto das internações e a pressão no sistema hospitalar

Publicado: 1 Junho, 2021 – 12h03- Escrito por: Redação CUT

Sem lockdwon rígido em quase um ano e meio de pandemia de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, o Brasil mal saiu da segunda onda de infecções e número alto de mortes e especialistas já observam uma tendência de terceira onda da doença que pode ser considerado um “tsunami” se nenhuma medida drástica for tomada pelas autoridades.

O país acumula 462.966 perdas desde o início da pandemia e os dados de segunda-feira (31) apontam que a curva de vítimas seguem com tendência de alta. No total, o Brasil acumula 16.547.674 de casos de Covid-19.

Epidemiologistas torcem para que não seja um tsunami entre junho ou julho no Brasil, com a chegada de nova variante indiana. Embora as situações variem muito entre as cidades, é possível observar uma tendência de alta de casos. Enquanto algumas cidades voltaram à normalidade, alguns estados, como São Paulo, já buscam ampliar leitos e soluções que afastem os hospitais do pesadelo da falta de oxigênio e de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Ainda com a vacinação lenta, no mês de abril foram em média 2.781 mortes diárias e 83.435 mortos. Cerca de 40% mais óbitos por Covid-19 em abril do que em março. É como se tivéssemos 7,4 aviões caindo todos os dias durante um mês inteiro, dizem os especialistas em artigo intitulado “Um tsunami se aproxima”, publicado na Folha de S.Paulo.

Eles dizem que uma terceira onda se aproxima porque a flexibilização precoce aumentou o número de pessoas nas ruas, em festas clandestinas e aglomerações, ampliando as chances do vírus ser disseminado.

Sul tem piora na pandemia

Essa onda parece que já chegou na região Sul. Curitiba registrou uma explosão de casos de coronavírus. Assim como ocorreu entre o fim de março e o início de abril, a prefeitura permitirá, até o dia 9 de junho, o funcionamento apenas de serviços essenciais.

Para enfrentar o tsunami de pacientes, a prefeitura de Curitiba fechou na segunda-feira (31) suas seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para o atendimento geral.

Na segunda-feira (31), de acordo com os dados da secretária de saúde, Curitiba já acumula 215 mil infecções e conta com uma taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 de 104%. É um retrato semelhante ao visto em todo o Paraná, onde esse índice, na semana passada, chegou a 95%.

No estado do Paraná, o número de óbitos dobrou em 79 dias, em Santa Catarina, em 85 dias e no Rio Grande do Sul, em 97 dias.

O sistema de saúde desses estados terá pouco tempo para se recuperar do colapso, já que, segundo especialistas, a chegada do inverno, daqui a três semanas, provocará um novo pico da pandemia.

Mato Grosso do Sul tem piora na pandemia

Em Mato Grosso do Sul, a secretaria estadual de Saúde afirmou que o estado enfrenta o pior momento da pandemia de Covid-19. A média móvel de casos dos últimos sete dias atingiu 1.810, a maior de toda a pandemia. Já a média móvel de mortes subiu para 46,1 óbitos por dia, nos últimos sete dias. A taxa de contágio continua a crescer e atingiu 1,09.

O estado bateu novo recorde histórico pela segunda vez de casos confirmados de Covid-19 a cada sete dias. Na última semana, 11.942 pessoas testaram positivo para a doença, segundo o boletim epidemiológico deste domingo. Na semana anterior, foram 11.270 casos confirmados, uma diferença de 672 casos.

Belo Horizonte tem piora na pandemia

Em Belo Horizonte, a taxa de transmissão do coronavírus está em torno de 1, o que é considerada alta, e a ocupação de leitos se estabilizou em torno de 75%. A margem de manobra, portanto, não é grande.

 

LUCAS SILVA SECOM AM

 

 

 

Oitenta e quatro por cento (84%) dos brasileiros e brasileiras defendem maior tributação dos mais ricos para assegurar saúde, moradia e educação. Essa é uma das conclusões do levantamento sobre qual é a percepção da população do país sobre as desigualdades no Brasil, realizada pela Oxfam Brasil em parceria com o Instituto Datafolha. 

A pesquisa foi realizada com 2.079 pessoas, em 130 municípios de pequeno, médio e grande porte — incluindo metrópoles e cidades do interior. O período de aplicação das entrevistas presenciais foi de 7 a 15 de dezembro de 2020. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. 

A pesquisa “Nós e as desigualdades”, em sua terceira edição (a série histórica foi iniciada em 2017), foi lançada em maio e apurou como a sociedade entende as desigualdades de renda, de raça, gênero e regionais, especialmente em um ano tão difícil como 2020, em que a pandemia causou tantas mortes e tristeza.

A Oxfam Brasil é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos e independente, criada em 2014. Faz parte de uma rede global, a Oxfam, que tem 20 membros que atuam em cerca de 90 países no total, por meio de campanhas, programas e ajuda humanitária.

Redução de desigualdade é condição para o progresso

O documento revela o que a equipe chama de uma foto da opinião pública no fim de um ano marcado pela pandemia e pelo segundo ano do governo Bolsonaro. Os resultados apontam para a importância da redução das desigualdades como condição para o progresso, percepção presente em quase nove em cada dez brasileiros.

E, a despeito do crescimento do discurso conservador que ganhou expressão política após as eleições de 2018, a pesquisa mostra uma sociedade com opiniões mais firmes e conscientes sobre o peso do machismo e racismo sore mulheres e pessoas negras. Há compreensão de que mulheres ganham menos por serem mulheres e de que a cor influencia negativamente na renda e nas chances de contratação, embora aumentem chances de abordagem policial e as diferenças no sistema de Justiça.

Porém, reduziu-se o sentimento de otimismo individual sobre o futuro com a percepção majoritária de que o Brasil não reduzirá desigualdades em um futuro próximo.

Mas há a consolidação do apoio da população para reformas tributarias justas e solidárias, capazes de reduzir impostos sobre bens e serviços. A pesquisa apresenta a percepção da sociedade sobre a desigualdade no contexto da pandemia do coronavírus com destaque para o papel de programas de transferência de renda com o auxílio emergencial instituto no primeiro semestre de 2020.

A importância do Estado

“Para enfrentar essa desafiadora realidade, além das medidas emergenciais de resposta aos efeitos da pandemia do coronavírus no país e a implementação do Plano Nacional de Imunização (PNI) com celeridade e efetividade, é necessário pensar e implementar políticas sociais fortes e inclusivas, financiadas por um sistema tributário justo e solidário, que garanta ao Estado condições de efetivar os princípios de redução das desigualdades sociais e regionais previstos na Constituição Federal de 1988”, diz a diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Drager, na apresentação do documento.

A expectativa, segundo ela, é que a pesquisa contribua para o debate sobre a importância do Estado no enfrentamento das desigualdades, “ainda mais em um contexto de desafios adicionais graças à pandemia, a partir da percepção da sociedade, fomentar o debate sobre a urgência da construção de um Brasil mais justo, solidário e humano”. 

Resumo dos resultados

Saúde como prioridade:

 62% dos brasileiros acreditam que “ter acesso à saúde” é uma das três principais prioridades para uma vida melhor, ao lado de “estudar” e “fé religiosa”.

73% defendem universalidade para atendimento em postos de saúde e hospitais, ante 72% em 2019. 

Para 9,5, investimento público em saúde está entre as medidas prioritárias para a redução da desigualdade (nota média: 9,5 em uma escala de 0 (menos importante) a 10 (mais importante).

Apoio à tributação 

56% concordam com o aumento dos impostos em geral para financiar políticas sociais, ante 31% em 2019.

84% concordam com o aumento dos impostos de pessoas muito ricas para financiar políticas sociais, ante 77% em 2019. 

94% concordam que o imposto pago deve beneficiar os mais pobres. 

Sem redução de desigualdades não há progresso 

86% creem que o progresso do Brasil está condicionado à redução de desigualdade entre pobres e ricos. 

85% concordam que é obrigação dos governos diminuirem a diferença entre muito ricos e muito pobres, ante 84% em 2019. 

Otimismo individual em queda, ceticismo social em ascensão 

64% acreditam que estarão na “classe média” ou “classe média alta” em cinco anos; em 2019, eram 70%. 

64% não acreditam que as desigualdades diminuirão nos próximos anos; em 2019, eram 57%.

Mérito não resolve

60% duvidam que o trabalho sirva como equalizador das chances dos mais pobres, ante 58% em 2019. 

52%não creem que a educação das crianças pobres equaliza suas chances de uma vida bem-sucedida; em 2019, eram 51%.

Gênero e raça impactam renda

67% concordam que o fato de ser mulher impacta a renda, ante 64% em 2019. 

58% concordam que negros ganham menos por serem negros, ante 52% em 2019.

A cor da pele define

76% acreditam que a cor da pele influencia a contratação por empresas; em 2019, eram 72%. 

84% acreditam que a cor da pele influencia a decisão de uma abordagem policial; em 2019, eram 81%. 

78% concordam que a Justiça é mais dura com negros, ante 71% em 2019.

Transferência de renda e pós-pandemia

62% apoiam a manutenção, após a pandemia, do auxílio emergencial para as pessoas que têm direito hoje.

As principais prioridades para a redução das desigualdades

9,6 foi a nota média para “combater corrupção”; “investimento em educação”; e “garantir direitos iguais entre homens e mulheres”. 

9,5 foi a nota média para “aumento da oferta de emprego”; “investimento público em saúde”; e “combater o racismo”.