Enquanto Bolsonaro despejava mentiras  em seu discurso na ONU, o presidente da Câmara dos Deputados, seu aliado Arthur Lira (PP-AL), sob a vigília de servidores, suava para conseguir apaziguar a base governista para tentar conseguir votos e aprovar a proposta de reforma administrativa. Mais uma vez deu com os burros n´água. Não conseguindo realizar reuniões para um “acordo” e viu-se obrigado a adiar novamente a votação da PEC 32/2020 na Comissão Especial.

Nesta quarta-feira, 22, Lira tenta novamente reduzir a resistência na base governista, com proposta de reunião às 15h30, mas está com dificuldades. A prova de que o governo Bolsonaro vem derretendo é o racha na sua base de apoio com a enorme pressão do funcionalismo e a crise institucional aberta por Bolsonaro. Isso fortalece a oposição e angaria simpatias de partidos alinhados ao governo contra PEC 32. 

A entrevista coletiva desta terça-feira, 21, que anunciou posição fechada dos partidos contrária a PEC 32 – além da esquerda PT, PDT, PSB, PSOL, PC do B, REDE – obteve adesão do Solidariedade e do PV que votam tradicionalmente mais com o governo. Estava lá todas as centrais sindicais, representantes de entidades e servidores com a palavra de ordem “se votar, não volta!”.

“Temos esses partidos com posição contrária fechada, mas avançamos em diversas conversas com outros líderes que têm o sentimento de que não há clima para votar a reforma”, afirmou Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

 “Estamos buscando outros partidos também. Não é o momento político, a proposta tem problemas de conteúdo e temos tido acenos do próprio Senado em dar sequência a PEC 32. As reuniões que foram canceladas mostram a dificuldade da Casa”, disse Rogério Correia (PT-MG).

“Vamos apresentar um pedido de retirada da PEC 32. Ela não tem serventia ao estado brasileiro. Se o governo tivesse os votos já tinha votado. Não vacila em impor o regimento e o rito sumário na Câmara. Ele não tem voto. O texto não agrada nem aos partidos de oposição, nem aos partidos de governo. Nem a esquerda, nem a direita e boa parte do centro, declarou Alice Portugal (PCdoB-BA).

“Essa PEC não pode ser aprovada e nós precisamos mobilizar ainda mais. Mostrar que quem vota nessa PEC não volta mais na eleição de 2022. É hora de mobilização total para impedirmos a votação em plenário até quinta-feira. Vamos juntos”, anunciou no twitter José Guimarães (PT-CE).

O descontentamento dos apoiadores é visível. “É a PEC da maldade”, resumiu o presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP) ao justificar a adesão do partido. “Estamos a cada dia mais distantes do governo Bolsonaro”, afirmou.

Em texto de análise, o Diap sustenta que o governo patina no debate. “Depois de idas e vindas, com divergências na base do governo e com a oposição e a pressão dos líderes sindicais que comparecem à Câmara, a base do governo patina no debate. O que é positivo. Esses têm manifestado profundas divergências com a proposta do governo e em relação substitutivo do relator ainda não encontraram um texto para iniciar a discussão e votação da proposta”.

Pressão continua

A pressão de servidores municipais, estaduais, federais, centrais sindicais e suas entidades, têm sido fundamental nesta batalha contra a PEC 32. Ainda mais que Arthur Lira, não conformado com o insucesso na comissão especial, já pretende levar a PEC 32 a plenário, independente de votação na comissão especial.

Para se ter um exemplo da votação da bancada do Rio, cuja maioria é a favor da reforma, o deputado federal do Rio de Janeiro, Carlos Jordy (PSL), quando recepcionado no aeroporto pelos servidores ironizou no twitter. 

“Agradeço à homenagem dos sindicalistas manifestando contra a reforma administrativa no aeroporto de Brasília. Isso só motiva ainda mais meu trabalho rsrs”.

Mande sua mensagem

Para você acompanhar a tendência do voto dos deputados e poder pressioná-los através das redes sociais, o Sintufrj preparou esse painel reunindo os parlamentares federais do Estado do Rio de Janeiro. CONFIRA AQUI E COMPARTILHE: https://bit.ly/2XE2Ty5

Aproveite! Copie e cole essa frase:                     

“Parlamentar que votar a PEC 32 não terá meu voto em 2022. E ainda vou trabalhar para assegurar que não tenha voto de ninguém da minha família e dos meus amigos.”

 #VotaPEC32NãoVolta                       

 

 

Discurso vergonhoso e mentiroso de Bolsonaro na ONU é mais um entre centenas de motivos para a população ir às ruas contra o presidente no dia 2 de outubro, diz secretário de Administração e Finanças da CUT

Publicado: 21 Setembro/2021. Escrito por: Rosely Rocha. CUT Nacional

EDSON RIMONATTO/CUT

A fala do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), na Organização das Nações Unidas (ONU), na manhã desta terça-feira (21) reforça a urgência em ocupar as ruas em todo o Brasil, no dia 2 de outubro para exigir o fim do governo. Entre os inúmeros motivos para o impeachment, o discurso mentiroso de Bolsonaro coloca o país em uma situação de vergonha mundial por ter o pior presidente de todos os tempos.

Aos líderes mundiais, o presidente mentiu descaradamente sobre os combates à pandemia, aos incêndios florestais e à crise econômica do país, com grande repercussão na imprensa internacional e nacional, que apontaram as suas falsas informações.

“Por suas mentiras, que estão levando o Brasil a atravessar um momento de deterioração nas suas questões políticas e econômicas, temos motivos suficientes para retirar Bolsonaro da presidência da República”, afirma o secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Ariovaldo de Camargo.

As manifestações que  já estão sendo organizadas pela CUT, demais centrais e Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, devem ocorrer em todos os estados brasileiros, a exemplo de protestos anteriores realizados desde maio deste ano e que já levaram milhões de brasileiros às ruas para deixar claro o “basta” deste governo e exigir que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) coloque em pauta um dos mais de 130 pedidos de impeachment já protocolados na casa.

O dia 2 de outubro é uma ação para pressionar o parlamento brasileiro a abrir o processo de impeachment. Não podemos esperar até outubro de 2022, nas próximas eleições para retirar Bolsonaro do poder. As pesquisas já demostram que a maioria da população não aguenta mais este governo

– Ariovaldo de Camargo

Para Ariovaldo, o governo não tem mais força e condições de melhorar a vida dos desempregados, das mulheres, dos estudantes e das futuras gerações. Ao contrário vive no passado dizendo, de forma mentirosa que o país em seus governos progressistas, vivia sob a “ameaça do socialismo”.

“Jair Bolsonaro não tem compromisso com a verdade. Ele não perde a oportunidade para falar aos seus apoiadores, sem se preocupar com o restante da população e mente sobre tudo”, diz Ariovaldo de Camargo.

O dirigente reforça ainda que se alguém tinha alguma esperança de um país melhor, ela foi sepultada com o discurso de Bolsonaro na ONU e com os comportamentos dos seus filhos.

Camargo se refere às vaias que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) recebeu num shopping, em Nova Iorque (EUA) e às ameaças que o filho mais novo do presidente, Renan, fez aos integrantes da CPI da Covid-19.

Em um vídeo publicado nessa segunda-feira (20), o filho 04 de Bolsonaro, Jair Renan, mostrou armas de fogo e escreveu “Alô, CPI”. A reação foi imediata dos senadores da Comissão, que ao abrirem a sessão desta terça, pediram que o ele seja investigado, por convocação ou encaminhamento do caso à Justiça, pelo crime de ameaça.

É um governo vexatório, que que está no fim e precisamos urgentemente colocá-lo para fora, para podermos construir um novo momento para o país. Vamos ocupar às ruas no 2 de outubro para pressionar o Parlamento contra este governo genocida

– Ariovaldo de Camargo                                                                                                        

*Edição: André Accarini

 

 

Em Nova Iorque, presidente brasileiro falou por 13 minutos sobre temas como meio ambiente, indígenas e pandemia

Daniel Giovanaz/Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 21 de Setembro de 2021 

Bolsonaro durante pronunciamento na abertura da Assembleia Geral da ONU – Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) distorceu dados e mentiu durante discurso na 76ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (21).

Após chamar atenção ao circular por Nova Iorque sem estar vacinado, o chefe de Estado brasileiro declarou oficialmente na abertura do evento que “os recursos para fiscalização, nos órgãos ambientais, foram dobrados. E os resultados já começam a aparecer.”
Em abril, o governo aprovou corte de 24% no orçamento do meio ambiente para 2021 em relação ao ano passado.

Bolsonaro também mentiu sobre dados de desmatamento na Amazônia em agosto. Ele falou em 32% de redução em relação ao mesmo mês de 2020. Segundo o Imazon, houve aumento de 7%, um recorde desde 2012.

“Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa quanto a nossa. Nossa agricultura é sustentável e de baixo carbono”, afirmou o presidente brasileiro. Bolsonaro acrescentou que “indígenas desejam utilizar suas terras para agricultura e outras atividades.”

O discurso reforçou a polarização política interna, mentindo que as manifestações pró-governo do último dia 7 foram “as maiores da história do país.”

“Estávamos à beira do socialismo. Apresento agora um novo Brasil, com credibilidade reconhecida em todo o mundo”, disse o presidente. Em seguida, mentiu mais uma vez, dizendo que não houve nenhum caso de corrupção em seu governo – apesar de todos os indícios levantados pela CPI da Covid.

Sobre a pandemia, ele disse que sempre defendeu “combater o vírus e o desemprego com a mesma responsabilidade.”

Para o capitão reformado, “as medidas de lockdown deixaram um legado de inflação”, e as pessoas foram “obrigadas a ficar em casa” por prefeitos e governadores.

Bolsonaro foi obrigado a usar máscara nas dependências do prédio / John Minchillo / POOL / AFP

O discurso durou, ao todo, 13 minutos.

Jair Bolsonaro valorizou os números da vacinação no Brasil, embora nunca tenha feito um pronunciamento incentivando os cidadãos a se imunizarem. 

“Fiz tratamento inicial [contra a covid]. Nosso governo é contra a vacinação obrigatória”, ressaltou.

“Meu governo recuperou a credibilidade, e hoje o Brasil se apresenta como um dos melhores destinos para investimentos”, disse ainda o capitão reformado, citando os programas de concessão e privatização no setor de infraestrutura.

Confira a repercussão completa do discurso ao longo desta terça-feira no Brasil de Fato.

Edição: Anelize Moreira

 

 

E se ampliássemos a vida urbana para o período noturno? Com essa pergunta o geógrafo Marcos Paulo Ferreira de Góis, autor de Cidades insones: ritmos da vida cotidiana em um futuro próximo, apresenta uma interessante questão sobre o futuro das cidades. O livro será lançado pela Editora UFRJ no dia 23 de setembro, às 17h, com transmissão pelo canal do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ no YouTube: https://www.youtube.com/ForumdeCienciaeCulturadaUFRJ. A publicação já está disponível para download gratuito no site www.editora.ufrj.br

Reduzir a rotina de circuitos repetitivos e concentrados, reorganizar a lógica de localização dos polos comerciais e rever as potencialidades e limitações das aglomerações são algumas das proposições de Cidades insones. No livro, autor faz um estudo considerando cidades com outra organização do tempo e do espaço cotidianos e convida o leitor a imaginar alternativas e a conceber novas cidades possíveis, que não dormem e ampliam a experiência urbana ao romper a fronteira entre dia e noite.

Marcos Paulo Ferreira de Góis é professor de Geografia da UFRJ, onde há mais de dez anos pesquisa o tema da vida e da economia noturna de cidades. No debate de lançamento o autor contará com a participação de Ana Marcela Ardila Pinto, professora do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais.