Evento promove o intercâmbio entre os segmentos da comunidade universitária e  mostra que a ciência está a serviço da população. Este ano, a importância e a diversidade da Amazônia foram destaques

Além de vitrine de projetos e ideias inovadoras de estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores, professores e técnicos-administrativos, o VI Seminário do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides), do Centro de Tecnologia, realizado de 4 a 6 de dezembro, ganhou ainda mais destaque com a escolha do tema deste ano: “Amazônia: desafios, reflexões e contradições, a partir da práxis da tecnologia social”.

Perspectivas de resistência pela preservação da Amazônia e desafios de construção de novos caminhos foram alguns dos temas abordados por especialistas como Denise Gutiérrez, coordenadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Iaci Menezes, coordenadora de Projetos de Conservação Internacional e a artista plástica e cantora indígena do Amazonas, We’e’ena Tikuna.

Projetos

Moradias ecológicas sustentáveis, manejo comunitário de recursos pesqueiros, criação de peixes em canais de igarapés foram alguns dos projetos apresentados pela Coordenação de Tecnologia Social do Inpa. Denise Gutiérrez mostrou um pouco as tecnologias para o atendimento de comunidades amazônicas, “com inúmeros desafios logísticos, pulverização e diversidade de povos”.

Exemplos

A mesa “Reflexões a partir da práxis da tecnologia social”, no dia 6, reuniu pesquisadores de diversos grupos de ensino, pesquisa e extensão que compõem o Nides. Práxis, segundo os dicionários, são ações que possibilitam ao homem transformar o mundo, ou seja, lançar mão do conhecimento adquirido em benefício da sociedade.

O termo práxis resume bem os propósitos do grupo, como também o projeto apresentado pelos estudantes do Laboratório Interdisciplinar de Tecnologia Social, Luciane e Erick, elaborado para atender um assentamento rural em Macaé, sem luz e água encanada. Eles propuseram a construção de uma casa para produção de farinha com triturador de aipim movido a bicicleta e filtro para tratamento de água.

Técnicos-administrativos  

Entre os projetos do Programa de Pós-Graduação de Tecnologia para o Desenvolvimento Social estavam o da técnica em assuntos educacionais e coordenadora pedagógica do Projeto Universidade para os Trabalhadores do Sintufrj, Danielle São Bento, e o do secretário da Pós-Graduação em Radiologia da Faculdade de Medicina, Henrique Oliveira.

O trabalho de Danielle foi sobre “O papel dos técnicos-administrativos em educação na gestão da UFRJ”, e o de Henrique Oliveira “O Sintufrj e o processo de formação humana dos servidores técnico-administrativos em educação da UFRJ”. Ele estudou as ações e as atividades que o Sindicato desenvolve e que viabilizaram para a categoria o acesso à educação formal. A intenção dele é que a sua pesquisa auxilie a entidade a desenvolver mais políticas voltadas para a formação dos trabalhadores.

Piano e carimbó

Várias atrações culturais foram apresentadas durante o seminário. No primeiro dia, Henrique Oliveira nos presenteou executando no piano duas composições de Arnaldo Rebello: Lundu Amazonense e Desafio (à maneira do Amazonas). No último dia, o público “viajou” pelo Pará, saboreando pratos típicos, mergulhando em ritmos (como Lundu Marajoara e a Dança do Carimbó, tocados pelo Grupo Batuque do Igapó) e se encantando com a cerâmica paranaense.

De acordo com o coordenador do Nides, Felipe Addor, o evento se destaca por promover o intercâmbio e a troca entre os alunos do Núcleo, além de romper a divisão existente entre técnicos-administrativos e o pessoal de ensino e da extensão. A mestranda e bibliotecária do CT, Luciana Machado, acrescentou que a finalidade do seminário é apresentar trabalhos desenvolvidos com  base em dissertações, e que a temática tratada este ano teve como objetivo fazer com que “o centro de produção de ideias e tecnologias para o desenvolvimento social pudesse também contribuir para a questão da Amazônia”.

Além de atacar a educação pública, o governo de Jair Bolsonaro também mirou na cultura, colocando à frente do ministério  pessoas de perfil ideológico cristão e conservador. Nada pior para uma pasta que tem como tradição a liberdade de expressão em todas as suas formas e sem censuras.

“Desde o império, não assistíamos a um retrocesso como o de agora. Começou com o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff sem nenhuma comprovação de crime. O povo está perdido. Temos verdadeiras campanhas de terrorismo: são as milícias, as igrejas fanáticas pentecostais e a deformação do que é o direito do povo. E o povo de certa forma assimilou, foi  iludido”, constata a ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda

Ela, que é cantora, compositora, produtora, diretora teatral, roteirista, atriz e dramaturga, foi a palestrante do evento em comemoração aos 30 anos do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc) e aos 50 anos do Centro de Ciências da Saúde (CCS), na UFRJ. A ex-ministra falou das perspectivas da cultura no momento.

O que é cultura?

Para Ana de Hollanda, “a cultura é a experiência mais livre e espetacular do pensamento de um povo, e por isso tem caráter provocativo”. Para ela, a cultura está nos hábitos e tradições dos povos de forma diversa e expressa as suas diferenças. Mas isso, afirma, “não cabe no atual governo”.

“A arte só tem sentido se você quer passar alguma coisa. É o seu olhar daquela realidade. E o olhar crítico se dará através da cultura. Esse lado crítico, provocativo, esse desafio, esse estilo rebelde é a essência da cultura. É o que pode mais irritar um governo que não quer o diálogo. Desde a campanha à Presidência estava declarada a guerra à cultura. Era previsível o ódio que Bolsonaro e sua equipe têm da cultura”, observou.

Para a filha do historiador Sérgio Buarque de Hollanda e irmã do compositor Chico Buarque e das cantoras Miúcha e Cristina, vivemos numa conjuntura em que é preciso sair do imobilismo. Segundo Ana de Hollanda, já existe autocensura nas empresas de comunicação pelos responsáveis pelos programas, devido à pressão do governo e às ameaças de não liberar verbas. “Estamos num momento em que mais do que nunca é preciso mobilizar e nos organizar”, disse.

Os ataques bolsonaristas  

O governo Bolsonaro diluiu os Ministérios da Cultura (MinC), do Esporte e do Desenvolvimento Social em 2018, que se transformaram no Ministério da Cidadania. Dentro desse ministério foi criada a Secretaria de Cultura, mas logo depois, em novembro, por decreto, o presidente da República transferiu a Secretaria de Cultura para o Ministério do Turismo, chefiado por Marcelo Álvaro Antônio. Este ano nomeou o dramaturgo Roberto Alvim como novo secretário de Cultura, mas, antes de assumir, ele comprou briga com o meio artístico ao atacar a atriz Fernanda Montenegro.

Alvim nomeou pessoas alinhadas ao seu perfil ideológico cristão e conservador, como o jornalista Sérgio Nascimento de Camargo para a presidência da Fundação Cultural Palmares – responsável pela promoção da cultura afro-brasileira. Sérgio anunciou no twitter que no Brasil não há racismo e que o “movimento negro precisa ser extinto”.

Outro fato escabroso foi a nomeação por Bolsonaro para a Funarte do maestro Dante Mantovani, que declarou em alto e bom som que rock é um ritmo que ativa o LSD, o sexo, a indústria do aborto e o satanismo.

Cinco anos depois da entrega do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), cresceu no Brasil o autoritarismo, e as ameaças de retorno à época mais obscura da nossa história, a ditadura militar, passaram a ser constantes pelo atual governo federal.

E foi nesta conjuntura tão adversa para os brasileiros que na sexta-feira, 13, a Comissão da Memória e Verdade da UFRJ e o Fórum de Ciência e Cultura (FCC) promoveram o debate: “A CNV cinco anos depois: Memórias e verdades em tempos de negacionismo e autoritarismo”, no auditório Pedro Calmon, no Instituto de Economia, no campus da Praia Vermelha.

A atividade foi aberta pela ex-coordenadora da CNV Rosa Cardoso, seguida do debate “Como enfrentar o negacionismo?”. Entre os debatedores estavam os professores Alessandra Carvalho (Colégio de Aplicação da UFRJ), Alejandra Estevez (UFF/Volta Redonda), Paulo César Gomes (UFF) e Nadine Borges (ex-presidenta da Comissão Estadual da Verdade do RJ).

Para Nadine, o relatório entregue pela Comissão Nacional da Verdade é um divisor de águas na história do país: “Foi a primeira vez que tivemos uma lei federal formada por um grupo de pessoas que tinham a competência para investigar os crimes cometidos pela elite do país, e isso mexe com a história”. E cinco anos após isso, Nadine afirma esperar que “as recomendações que fizemos (no relatório) continuem orientando a elaboração de políticas públicas, independente de uma atual estrutura de governo que defende práticas fascistas e autoritárias”.

Em 1969, nascia o Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, no campus da Praia Vermelha, e em 1972 a mudança do ICB para o Centro de Ciências da Saúde (CCS) foi finalizada. No dia 11 de dezembro, a grandeza dessa unidade de projeção nacional e internacional, responsável pela difusão de ciência para a sociedade, foi contada por quem fez e faz o dia a dia de sua história, na solenidade que celebrou os seus 50 anos de existência.

Uma festa organizada e comandada pela técnica de laboratório Ludmila Ribeiro e prestigiada pela totalidade dos 54 técnicos-administrativos em educação e dos 79 docentes que integram o corpo social do instituto, além de inúmeros alunos dos quatro programas de graduação, dos seis programas de pesquisa e da extensão. O Quinteto Experimental de Sopro da Escola de Música, sob o comando do professor Aloysio Fagerlande, e o violão e voz do vice-diretor do ICB, Marcos Farina, foram responsáveis pela trilha sonora do evento.

“O ICB é nosso e por isso trabalhamos de forma integrada e feliz, unidos e fortalecidos. Hoje o perfil do técnico é outro: de engajamento e participação, e vamos trabalhar ainda mais unidos pelo fortalecimento do ICB e da UFRJ”, prometeu o representante técnico-administrativo na Congregação, Fábio Jorge Moreira da Silva, em sua saudação em nome de todos os colegas da categoria. Um vídeo com uma coletânea de depoimentos de servidores somou-se às inúmeras manifestações de ex-decanos e diretores, e de dirigentes de unidades que transversalizam com o ICB, como a Faculdade de Medicina; os Institutos de Biologia, Física e Química Médica; a Escola de Enfermagem Anna Nery, entre outras.

Casa nova

“Um dos grandes desafios que o ICB enfrenta é sua fragmentação geográfica. Estamos espalhados pelos blocos K, J, E, B, F do CCS, o que dificulta as interações internas, o convívio e a consolidação da identidade espacial que é de um instituto moderno, transversalizado e sem as barreiras e feudos departamentais”, registrou o diretor da unidade, Joé Garcia Abreu.

ICB celebra aniversário e homenageia servidores

Uma das expectativas da comunidade do ICB é, em 2020, finalmente ocupar os sete mil metros quadrados, divididos em módulos, das novas instalações, no bloco F, que já conta inclusive com equipamentos para a maioria dos novos laboratórios e área de experimentação animal. Segundo Abreu, entraves burocráticos impedem a concessionária Light de fazer a ligação elétrica. “Além dos desafios impostos pelo governo atual e da escassez de financiamento, temos o desafio da expansão física do instituto. Os novos docentes não têm espaço, os mais antigos não conseguem expandir e nossas salas são precárias, onde se amontoam pessoas. Este é um real desafio para os anos vindouros”, concluiu o diretor.

2020 vai ter mais luta por direitos, indica Resolução da Executiva Nacional da CUT

A Resolução repudia os ataques de Bolsonaro contra trabalhadores e define um calendário de luta para os primeiros meses do ano por emprego, em defesa do serviço público, direitos e democracia

*Matéria retirada do site da CUT

Reunida em São Paulo nos dias 11 e 12, a Executiva Nacional da CUT debateu as conjunturas nacional e internacional, fez um balanço das medidas neoliberais de ataques aos direitos dos trabalhadores, em especial as tomadas pelo governo de Jair Bolsonaro, e divulgou, nesta quinta-feira (12), uma Resolução repudiando as medidas contra a classe trabalhadora e orientações sobre a jornada de luta que será realizada em 2020 para impedir que as propostas sejam aprovadas.

A Jornada Nacional de Lutas por Emprego e Desenvolvimento, Direitos, Democracia e Soberania terá atividades articuladas e unificadas nos locais de trabalho, moradia e comunidades, onde os sindicalistas detalharão o que as medidas que Bolsonaro vem propondo, como o Programa Verde e Amarelo, que prejudicam os trabalhadores e as trabalhadores, e apresentarão as propostas da CUT e demais centrais para gerar emprego e renda.

O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, será  também um dia de luta por direitos sociais e trabalhistas. E no dia 18 de março, todas as categorias profissionais vão participar do Dia Nacional de Luta pela Educação, convocado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), que será também um dia Nacional de Luta em Defesa do Serviço Público, Estatais, Emprego e Salário, Soberania, Defesa da Amazônia, Agricultura Familiar etc.

Confira a íntegra da Resolução política da Executiva:

São Paulo, 11 e 12 de dezembro de 2019

Em um cenário mundial marcado por um ambiente de crise e instabilidade política, econômica e social, a ofensiva conservadora liderada pelos EUA e o capital financeiro para aprofundar a agenda neoliberal de austeridade e retirada de direitos historicamente conquistados são a expressão de uma estratégia das classes dominantes para intensificar a exploração da classe trabalhadora, a espoliação imperialista dos povos, os ataques às liberdades democráticas e a exploração predatória dos recursos naturais.

Mas essa agenda vem enfrentando resistência das forças populares, democráticas e progressistas. Na região latino-americana e caribenha, as vitórias eleitorais no México e Argentina e as lutas populares no Equador, Chile, Haiti, Colômbia e a luta do povo de Cuba e Venezuela contra o bloqueio econômico, expressam a vitalidade desta resistência, ao passo que o golpe na Bolívia e a vitória conservadora nas eleições uruguaias demonstram que a ofensiva neoliberal e autoritária não refreou.

A CUT manifesta sua solidariedade à greve geral das trabalhadoras e trabalhadores franceses em defesa dos direitos previdenciários e reitera seu compromisso com a convergência das lutas impulsionadas pelas entidades sindicais e populares para alterar a correlação de forças em nossa região e transformar as estruturas de poder econômico, político e cultural em favor dos povos.

No Brasil, com apoio majoritário do empresariado, do sistema judiciário, das forças armadas, das forças policiais, das milícias, dos oligopólios da comunicação e da cúpula de igrejas conservadoras, uma coalizão ultraneoliberal governa o país, buscando desmontar o movimento sindical, reprimir os movimentos populares e institucionalizar um Estado de exceção – vide as declarações em favor de um novo AI-5 –  para aplicar seu programa de ataques aos direitos sociais, à soberania nacional e às liberdades democráticas.

Tentam impor um retrocesso civilizatório, a começar pela violação do direito à integridade e à vida, como demonstra a escalada dos estupros e do feminicídio, da violência e dos assassinatos motivados pela LGBTfobia, dos massacres no campo, das torturas e do permanente genocídio dos povos indígenas e do povo negro – sobretudo sua juventude, desde a política de encarceramento em massa até o recente massacre de Paraisópolis, em São Paulo. O campo, a floresta, a favela, as mulheres, a população LGBT e a juventude negra querem paz! A CUT se opõe às iniciativas que reforcem o Estado penal e a política de segurança pública que criminaliza a pobreza, as periferias, a juventude negra e as lutas sociais.

Mesmo com toda resistência do movimento sindical a antirreforma da previdência foi aprovada no Congresso e significou mais um ataque brutal aos direitos dos trabalhadores. Neste final de 2019, governadores de vários estados buscam a reprodução da reforma para o serviço público estadual, com regras mais rígidas de contribuição e, em vários casos, com a desconstrução de planos de carreira. A CUT orienta as suas estaduais e ramos a apoiar e a luta e as mobilizações dos servidores em defesa dos seus direitos previdenciários e de suas carreiras.

Ao mesmo tempo, o governo envia um conjunto de emendas constitucionais (Plano Mais Brasil) que visam reduzir o comprometimento do Estado com as políticas públicas e aumentar a liberdade de governantes para cumprir compromissos com os bancos em detrimento dos serviços públicos, de seus trabalhadores e da população em geral. Por sua vez, a Medida Provisória 905 (Carteira Verde Amarela) representa um novo ciclo de precarização do trabalho, radicalizando pontos da antirreforma trabalhista de 2017.

O desmonte da fiscalização das obrigações trabalhistas e inspeção em segurança e saúde no trabalho – favorecendo a impunidade de empresas que descumprem a legislação trabalhista e inclusive exploram o trabalho infantil e o trabalho análogo à escravidão –, assim como a recente tentativa de acabar com as cotas para pessoas com deficiência no mercado de trabalho são o cúmulo da perversidade contra a classe trabalhadora, evidenciando que o empresariado não tem limites quando se trata de garantir seus lucros e de que o governo Bolsonaro é inteiramente submisso aos seus interesses.

Em suma, a política econômica de austeridade radical, o desmonte do SUS, da educação e demais serviços públicos, a privatização das empresas Estatais e os ataques aos direitos trabalhistas e previdenciários comprometem decisivamente as condições de vida da maioria da população, relegando-a ao desemprego, ao subemprego, à informalidade, ao trabalho precário, à pobreza, à miséria e à morte, tornando o Brasil o 2º país mais desigual do mundo. O sentido geral destas iniciativas é nítido: condicionar a promoção dos direitos sociais ao equilíbrio fiscal, destinando cada vez menos recursos para o povo viver melhor e cada vez mais recursos para o capital financeiro lucrar mais. São ataques que atingem todos os setores da classe trabalhadora.

Portanto, o governo Bolsonaro significa a destruição de direitos da classe trabalhadora, do Estado brasileiro e das riquezas do país, bem como um contínuo estreitamento das liberdades democráticas e da garantia dos direitos humanos no Brasil. A CUT repudia e é contra todas essas medidas que vem sendo propostas e aprovadas e mobilizará suas bases para impedir que elas sejam implementadas.

Neste sentido, a soltura de Lula traz novo fôlego e esperança, renovando as energias para intensificar as lutas em defesa dos direitos, da soberania e da democracia. A campanha Lula Livre deve continuar para garantir sua liberdade, anular os processos fraudados pela farsa jurídica de Moro e dos procuradores da Lava Jato e recuperar os direitos políticos do ex-presidente. Lula Livre! Lula inocente!

O aprendizado das lutas contra o golpe, de resistência aos ataques de Temer aos trabalhadores/as, pela liberdade de Lula, para derrotar Bolsonaro nas eleições 2018 e na oposição ao seu governo demonstra a existência de forças sociais e políticas populares, democráticas, progressistas e de esquerda no país, cuja unidade é indispensável para uma alteração na correlação de forças no Brasil em favor da maioria do povo. Compreendendo essa diversidade, trabalhando para congregar setores cada vez mais amplos da classe trabalhadora e articulando uma forte oposição ao projeto político ultraneoliberal, a CUT atuará como protagonista e articuladora de uma forte oposição, cujo objetivo é derrotar e impor um fim ao governo Bolsonaro, com a restituição da democracia por meio do voto popular em eleições livres.

Para fazer frente a todos esses ataques será necessária uma forte articulação de pressão nos espaços institucionais de decisão e, principalmente, uma ampla articulação e organização com as centrais, os movimentos sociais e populares, organizações da sociedade civil e setores democráticos e progressistas comprometidos, particularmente as Frentes Brasil popular e Povo sem Medo, para dialogar com o povo nas periferias, os trabalhadores nos locais de trabalho e na informalidade, e defender as conquistas e políticas sociais que estão sendo destruídas.

Neste sentido, a direção executiva nacional da CUT, reunida nos dias 11 e 12 de dezembro, em São Paulo, orienta a todas as instâncias e entidades filiadas a iniciar o ano de 2020 articulando as pautas da CUT – a partir dos eixos aprovados no 13º. CONCUT – Centrais e movimentos sociais, visando ampliar a mobilização, não descartando nenhuma forma de luta, o que inclui reunir as condições para uma greve geral.

Esse processo de mobilização, que deve ser uma resposta de conjunto da classe trabalhadora e popular, deve se conformar numa Jornada Nacional de Lutas, com três frentes de atuação:

  1. JORNADA NACIONAL DE LUTAS POR EMPREGO E DESENVOLVIMENTO, DIREITOS, DEMOCRACIA E SOBERANIA
    • . Realizar atividades articuladas e unificadas nos locais de trabalho, moradia e comunidades de denúncia dos ataques aos direitos e apresentação de nossas propostas, como o Plano Emergencial de Emprego e Renda;
    • Potencializar o Dia 8 de Março,
    • Incorporar o dia 18 de março de 2020, transformando a data que a CNTE apontou como “Dia Nacional de Luta pela Educação” em um dia Nacional de Luta em Defesa do Serviço Público, Estatais, Emprego e Salário, Soberania, Defesa da Amazônia, Agricultura Familiar etc.,
    • Realizar um 1º de Maio unificado da Classe Trabalhadora,
    • Iniciar a elaboração da Plataforma da CUT para as Eleições Municipais de 2020 utilizando o debate eleitoral como contraponto às políticas do governo Bolsonaro.
  2.  CAMPANHA NACIONAL EM DEFESA DO SERVIÇO PÚBLICO E DAS ESTATAIS Desenvolver materiais para diálogo com a população sobre o papel do Estado, com base nas necessidades reais do povo trabalhador e exemplos práticos.
  3. CAMPANHA DE VALORIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO SINDICAL, DOS SINDICATOS E DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA 

Elaborar material para qualificação e debate com entidades e trabalhadores da importância do sindicato e da negociação coletiva como instrumentos de defesa e ampliação dos direitos

Organizar o acompanhamento da tramitação da PEC da Reforma Sindical e mobilização permanente junto aos parlamentares

Fantasma da ditadura sobre a democracia, AI-5 completa 51 anos

Eduardo Bolsonaro e Paulo Guedes explicitam autoritarismo do governo ao defender reedição do ato mais brutal da ditadura

*Matéria retirada do site Brasil de Fato

Cassação de mandatos parlamentares, suspensão de direitos políticos de civis, censura prévia da imprensa, fechamento do Congresso Nacional e das assembleias legislativas. Há 51 anos, no dia 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional 5 (AI-5) estabelecia essas e outras medidas de exceção que deram início ao período mais repressivo da ditadura militar brasileira (1964-1985).

O AI-5 autorizou o uso de ações repressivas, chamadas de “punições revolucionárias” pelos militares, por prazo indeterminado. Carlos Fico, historiador e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que a medida também permitiu a demissão sumária de funcionários públicos e a transferência compulsória de militares legalistas e democráticos para a reserva.

:: Leia na íntegra o texto original do Ato Constitucional nº 5 :: 

Especialista em ditadura militar brasileira, Fico relata que o ato criou sistemas clandestinos de repressão que permitiram prisões arbitrárias e torturas de forma sistematizada, a partir da atuação de uma polícia política: o Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI).

“As pessoas presas eram imediatamente torturadas para revelar companheiros, planos e etc. O sistema de espionagem também foi ampliado para colher informações. Havia órgãos de informação no Brasil inteiro, em todas as empresas estatais, autarquias e universidades.”

A medida também suspendeu a possibilidade de habeas corpus em casos de “crimes políticos”. O dispositivo jurídico serve de garantia para que o acusado não tenha seu direito à liberdade ameaçado por alguma ilegalidade, qualquer violência, coação ou abuso de poder. “Quem era preso, mesmo que o advogado ou a família soubesse que estava sendo torturado, não podia recorrer”, acrescenta o historiador.

Obra de semântica histórica do Brasil no século XVI, de Luciana Villas Bôas, é a mais recente publicação da Editora UFRJ. O lançamento será na Livraria Argumento, na Rua Dias Ferreira, 417, no dia 10 de dezembro, às 19h.

Publicado originalmente em alemão, em 2017, o livro enfoca as primeiras narrativas sobre o Brasil e o Novo Mundo publicadas em várias línguas e contextos no decorrer do século XVI. A autora mostra que esses relatos estão longe de apenas servir à dominação colonial ou à imaginação de europeus.

Luciana Villas Bôas é doutora em Literatura Comparada e Germanística e professora do Departamento de Letras Anglo-Germânicas da UFRJ, traduziu obras e organizou coletâneas, sobretudo, nas áreas de história dos conceitos.

Nesta terça-feira,10, e na quarta-feira, 11, o Instituto de Microbiologia Paulo de Góes (IMPG) e a Fiocruz mostrarão as últimas novidades em métodos de pesquisa, projetos e produtos na área de biotecnologia na II Feira de Inovação que realizam em conjunto, nesses dois dias, no auditório do Quinhentão (CCS). Como destaque, no dia 11, haverá a apresentação dos trabalhos selecionados da área de saúde pública em forma de pitch (defesa rápida).

O público poderá visitar estandes de laboratórios do Instituto de Microbiologia e de outras instituições de pesquisa, e de empresas do Parque Tecnológico; startups da Coppe, Fiocruz e UFRJ. Os melhores trabalhos serão premiados. Participam da II Feira de Inovação 104 alunos da Escola Técnica Federal e de biotecnologia e química do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). Cerca de 400 inscrições foram feitas até sexta-feira, 6, para participação na feira.

Retorno à sociedade

“Temos uma tradição muito forte na pesquisa e no ensino. A ciência que a gente pratica aqui é muito diversa, de alta qualidade, em várias áreas, como na virologia, microbiologia médica e na microbiologia em geral. A inovação vem para aproveitar tudo isso e gerar produtos que possam reverter em benefício para a sociedade”, disse a diretora do Instituto de Microbiologia, Beatriz Meurer.

“Essa segunda edição está maior porque obtivemos patrocínio da Capes e de empresas. Eu sempre achei que nós, pesquisadores, tivéssemos outras fontes de interação financeira, ainda mais porque a parte de biotecnologia no Brasil é muito difícil de se desenvolver com apoio público somente. Por isso, precisamos da interação da universidade e de empresas, e de expor mais o que fazemos para aumentar a participação da comunidade universitária”, explicou a coordenadora do Laboratório BioInovar e ex-diretora do Instituto de Microbiologia, Alane Beatriz Vermelho,

A aproximação entre o Instituto de Microbiologia e a Fiocruz foi comemorado pela professora, e já rendeu frutos com a criação da disciplina de pós-graduação Empreendedorismo e Inovação, que será oferecida pelas duas casas.